Mauro Cid aparece em quatro núcleos da trama golpista

27 de Novembro 2024 - 08h27

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), atuava em quatro dos seis núcleos da trama para decretar um golpe de Estado após as eleições de 2022. A informação consta em relatório final da Polícia Federal (PF), a que o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo nesta terça-feira (26). A notícia é do Metrópoles.

 

 

A investigação aponta que Mauro Cid atuou nos seguintes núcleos:

Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;

Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado;

Núcleo Jurídico; e

Núcleo de Inteligência Paralela.

 

Entre as atribuições dos núcleos que Mauro Cid teria atuado está a “eleição de alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investigadas golpistas. Os ataques eram realizados a partir da difusão em múltiplos canais e através de influenciadores em posição de autoridade perante a ‘audiência’ militar”.

Já no Núcleo Jurídico, por exemplo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro teria participado do planejamento por meio do “assessoramento e da elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”.

 

Indícios de golpe e plano para matar autoridades

Nesta terça-feira (26/11), o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo das investigações e enviou o relatório final elaborado pela PF à Procuradoria-Geral da República (PGR).

O procurador Paulo Gonet avaliará o material e decidirá se oferece denúncia contra os 37 indiciados. A PGR, entretanto, ao avaliar o relatório, pode também pedir novas diligências ou mesmo arquivar as denúncias.

O relatório final das investigações narra uma trama para decretar um golpe de Estado no fim de 2022 a fim de impedir que o então candidato eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumisse a Presidência da República e, assim, manter Jair Bolsonaro no cargo.

A Polícia Federal (PF) também encontrou indícios de que havia um plano para matar Lula; o vice-presidente Geraldo Alckmin; e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Provas e depoimentos colhidos no curso das investigações ainda dão conta de que Bolsonaro sabia da trama e teria “enxugado” uma minuta para a decretação do golpe de Estado.

A conclusão das investigações pela PF resultou no indiciamento de 37 pessoas, enquadradas nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Na lista, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e nomes do seu entorno, como os ex-ministros Walter Braga Neto, Anderson Torres e Augusto Heleno.

A corporação preparou um relatório robusto, que detalha a conduta de cada ator nos bastidores dos últimos dias do governo Bolsonaro para viabilizar um golpe de Estado.

 

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