A brasileira Leticia Vilhena Ferreira foi presa nos EUA acusada de participar da invasão do Capitólio, que ocorreu em 6 de janeiro do ano passado durante protesto contra a derrota eleitoral do ex-presidente Donald Trump. A prisão foi realizada pelo FBI, que desde então investiga o ataque e identifica os invasores do prédio. O R7 não conseguiu contato com a defesa da brasileira.
No pedido da prisão, as autoridades afirmam que chegaram à brasileira depois que uma testemunha do inquérito disse ter recebido um vídeo da invasão de um contato chamado de "Leticia". A testemunha passou ainda o número de celular da brasileira.
Com essa informação, os policiais encontraram a residência de Leticia, que fica no estado de Illinois, a cerca de 1.129 km de distância de Washignton. A brasileira morava no local com um visto de trabalho. Em abril de 2021, ela foi entrevistada no local, admitiu que invadiu o Capitólio junto com o grupo pró-Trump e colaborou com vídeos e fotos da invasão.
Ainda de acordo com as investigações, a brasileira não votou nas eleições americanas e foi à Washington para acompanhar o discurso de Trump, derrotado nas eleições e prestes a entregar o cargo a Joe Biden. Ela não conseguiu escutar ou ver o ex-presidente e seguiu a multidão, que marchava em direção ao Capitólio antes mesmo do discurso acabar.
Em mensagens interceptadas pelo FBI, Leticia mostra arrependimento de ter acompanhado o gurpo invasor. "Você acha que eles vão atrás de todas as pessoas que andaram na área do Capitólio?", pergunta um dia depois do episódio a uma outra pessoa, que não foi identificada.
"Não fique triste. Esteja preparada. Estamos todos f******. Sim eles irão atrás dessas pessoas", responde o destinatário da mensagem. "Eu fui tão irresponsável de andar até lá. Eu estava com essa família legal. Este cavalheiro e dois filhos. Caminhada pacífica", completa Leticia nas mensagens. Veja o resto da conversa traduzida do inglês:
Pessoa não identificada - Se tivessem câmeras, eles irão atrás deles.
Leticia - Tinham câmeras.
Pessoa não identificada - Quanto tempo depois do arrombamento você entrou lá?
Leticia - Eu não sei. Eu não vi quem estava invadindo. Eu só estava andando.
Pessoa não identificada - Ok você provavelmente está ok. Acho que eles estão mais preocupados com as pessoas que romperam as barreiras.
Leticia - Acabei de perceber que tinha barreiras até no gramado do parque. Porque eu li depois.
Pessoa não identificada - Tinham algumas pessoas lutando contra a polícia.
Leticia - Eu sou tão irresponsável. Ontem foi incrível.
Pessoa não identificada - Foi visível de longe
Câmeras de segurança mostram a brasileira entre os invasores do Capitólio
REPRODUÇÃO/FBI
A invasão ao Capitólio ocorreu no dia 6 de janeiro de 2021, durante sessão conjunta do Congresso americano que iria confirmar a vitória de Joe Biden na eleição presidencial de novembro. Apoiadores radicais invadiram a área por não aceitar a derrota de Trump, que acusava a eleição de fraude — sem apresentar evidências.
As imagens de invasores armados no centro legislativo da maior potência militar do mundo chocaram o mundo. Houve conflito com as forças armadas dos EUA, e cinco pessoas morreram no episódio. Desde então, as investigações do FBI prenderam mais de 750 pessoas em quase todos os 50 estados dos EUA.
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