Garota de programa e homens são condenados por assassinato de coronel da FAB em Natal

10 de Outubro 2024 - 10h10

Um caso potiguar que tomou conta da imprensa nacional teve um primeiro desfecho na madrugada desta quinta-feira (10). Jerusa Linda dos Santos, ex-garota de programa, foi condenada a 26 anos e 10 meses de reclusão pelo assassinato do coronel aposentado da Força Aérea Brasileira (FAB), Roberto Perdiza, 71.

A acusada foi condenada pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, furto praticado contra vítima maior de 60 anos e ocultação de cadáver. Somando-se as penas aplicadas, chegou-se ao total de 26 anos e 10 meses de reclusão. O júri popular ocorreu no Fórum Miguel Seabra.

Outro envolvido no assassinato, José Rodrigues da Silva, foi condenado pelos mesmos crimes. A soma das penas chegou a 28 anos e 10 meses de reclusão.

  • Jerusa Linda dos Santos (conhecida como Gabriela) foi condenada pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, furto praticado contra vítima maior de 60 anos e ocultação de cadáver. A penal total foi de 26 anos e 10 meses de reclusão.
  • José Rodrigues da Silva foi condenado pelos mesmos crimes e a soma das penas chegou a 28 anos e 10 meses de reclusão.
  • Já Washington Luiz Gomes da Silva foi absolvido da imputação de homicídio duplamente qualificado e condenado pelo crime de ocultação de cadáver. A pena foi fixada em um ano e seis meses de reclusão.

CRIME CHOCOU O BRASIL

O caso gerou grande repercussão nacional ao mostrar que a garota de programa, além de contratar um assassino para tirar a vida do coronel da FAB, ainda se passou pelo militar durante quatro meses, enviando mensagens aos parentes e amigos dele, como forma de acobertar o crime. 

Jerusa Linda dos Santos teria contratado um matador de aluguel, identificado pela Polícia Civil como José Rodrigues. O assassino teria se passado por motorista de aluguel, num plano elaborado com Jerusa, e pego o casal na saída do estabelecimento. O corpo foi encontrado três meses depois, num terreno localizado fora de Natal. Jerusa e José foram presos, acusados de latrocínio, pois a polícia afirma que a morte ocorreu para que a garota de programa vendesse o apartamento de Perdiza e ficasse com o dinheiro.

Como ocorreu

As últimas imagens de Perdiza mostram o coronel deixando seu apartamento, localizado no bairro Ponta Negra, em agosto último, para encontrar Jerusa. Após uma semana, o porteiro do edifício estranhou a ausência do morador, de quem era próximo, e telefonou para seus parentes, que vivem em São Paulo. No dia 7/9 do ano passado, os familiares do militar aposentado afirmaram que estavam recebendo imagens e mensagens dele, inclusive com fotos suas na piscina do condomínio.

Milton, um advogado e amigo de Perdiza, também estranhou a sua ausência e telefonou. Quem atendeu a ligação, porém, foi Jerusa. “Liguei após três dias tentando. Sabia que uma namorada estava morando com ele”, disse o colega do militar aposentado. Ela afirmou que o ex-coronel ligaria para ele em breve. “Como ela não tinha família em Natal, ele ofereceu o apartamento como moradia”, completa o jurista, que abriu um Boletim de Ocorrência.

À polícia, Jerusa negou morar com Perdiza e disse que também estava começando a ficar preocupada, a despeito de afirmar conversar com ele por vídeo-chamada. Enquanto isso, os parentes continuavam recebendo mensagens e fotos enviadas do celular do ex-militar. Os agentes da PC notaram que a garota de programa estava retirando dinheiro da conta do companheiro e que, também, estava tentando vender seu imóvel.

Áudio

Conforme a investigação, a prostituta chegou a enviar um áudio do celular do coronel para Milton, que posteriormente percebeu que tratava-se de um recorte de uma outra gravação enviada pelo amigo, meses antes. Em seguida, Jerusa mudou a postura, segundo a Polícia Civil. A garota de programa, sob a identidade do ex-coronel, passou a enviar mensagens como “me deixem em paz” e “estou no Rio de Janeiro“. Ao delegado do caso, ela afirmou que falou com Roberto por vídeo-chamada, quando ele teria confirmado a estadia em terras fluminenses.

Pouco depois, um corpo foi identificado sem a cabeça e sem as mãos num terreno em Macaíba, cidade vizinha a Natal. A perícia, porém, confirmou que tratava-se dos restos de Perdiza. Após análise das imagens do prédio, constatou-se que quando ele deixou sua casa no dia 30/8, ele foi encontrar Jerusa num bar próximo. De lá, a polícia aponta que eles seguiram para um motel e, na volta, o assassino de aluguel contratado pela garota de programa se passou por motorista de aplicativo e assassinou o ex-militar.

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