Julio Cocielo é absolvido de acusação de racismo após defesa alegar que YouTuber é negro
Acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de incitar ódio racial, o youtuber Julio Cocielo foi absolvido pela Justiça. A decisão favorável ao marido de Tatá Estaniecki veio após o julgamento analisar uma série de publicações de Cocielo realizadas nas redes sociais entre 2010 e 2018.
O MPF denunciou, em 2020, o influenciador pelo crime de incitação ao racismo por meio das redes sociais. A defesa de Cocielo afirmou que ele é negro, e que “seria impossível que as falas do réu se enquadrassem como racismo, na medida em que não há como se considerar hierarquicamente superior a um grupo ao qual se pertence”.
A defesa ainda argumentou que as expressões estavam dentro de um contexto de “produção artística e humorística” e que seriam abarcadas pelo direito constitucional de liberdade de expressão. Em relação à postagem sobre o jogador Mbappé, por exemplo, justificou que o atleta é muito veloz, e o comentário se referia a isso e não à sua cor.
O juiz Rodiner Roncada acolheu os argumentos da defesa. Ele afirmou que as frases têm “gosto discutível”, mas não vislumbra a incidência da figura típica do crime de incitação ao racismo.
“O réu afirmou em seu interrogatório não ter agido com a intenção de ofender qualquer raça ou etnia, mas apenas imbuído do intento de ser engraçado, de divertir a sua plateia, em seu ‘palco’. As testemunhas confirmaram que o acusado nunca demonstrou comportamento ou atitude racista. Cabe ressaltar que não houve notícias, durante a fase investigativa ou em juízo, de que o réu tenha tido uma conduta social discriminatória ao longo de sua vida, com episódios envolvendo a prática de racismo”, escreveu o juiz.
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