O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta 3ª feira (18.jun.2024) o Banco Central e o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. “Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político, e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está”, declarou o petista em entrevista à Rádio CBN.
O Copom (Comitê de Política Monetária) deverá encerrar o ciclo de cortes na taxa básica, a Selic, na 4ª feira (19.jun.2024). Essa é a expectativa dos agentes do mercado financeiro, que estima o juro base de 10,5% ao ano até o fim do ano. Lula disse não haver necessidade da Selic ser mantida a 10,5% ao ano. “Temos uma situação que não necessita essa taxa de juros. Taxa proibitiva no investimento no setor produto. Como você vai convencer um empresário de fazer investimento se ele tem que pagar uma taxa de juro absurda? Então, é preciso baixar a taxa de juro compatível com a inflação. A inflação está totalmente controlada”, declarou. O petista voltou a dizer que 2024 é o “ano da colheita”.
Prometeu que o Brasil estará tão bem quanto ao fim de seu 2º mandato, em 2010. “Tem país com economia crescendo acima do que o mercado imaginou. Tem um país que está gerando mais empregos. Em 17 meses, foram 2,4 milhões de empregos formais nesse país. Tem a massa salarial crescendo 11,5%. A situação é muito boa do ponto de vista econômica se comparar com o país que pegamos quando chegamos”, afirmou.
Em relação ao presidente do Banco Central, Lula ironizou a presença de Campos Neto no jantar promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no Palácio dos Bandeirantes, no sábado (15.jun). “Eu duvido que esse Roberto Campos tenha mais autonomia do que eu tinha com o [Henrique] Meirelles. O que é importante saber é a que esse rapaz está submetido. Como é que ele vai a uma festa em São Paulo quase assumindo a candidatura a um cargo do governo? Cade a autonomia dele?”, questionou o presidente
Como sucessor de Campos Neto, o petista declarou que escolherá alguém que tenha compromisso com o desenvolvimento do Brasil, com o controle da inflação, mas que também pense em uma meta de crescimento. “Então, na hora que eu tiver que escolher o presidente do Banco do Central, vai ser uma pessoa madura, calejada, responsável, alguém que tenha respeito pelo cargo que exerce, que tenha respeito e alguém que não se submeta a pressões de mercado. Alguém que faça aquilo que for de interesse dos 203 milhões de brasileiros”, afirmou.
Poder 360
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