No Catar, relatório denuncia condições precárias para imigrantes com mortes não investigadas
A Anistia Internacional, dedicada à defesa dos direitos humanos pelo mundo, divulgou nesta quinta-feira o seu relatório final sobre os preparativos para a Copa do Mundo de 2022. Segundo a organização não governamental, abusos persistem no Catar em "escala significativa", a um mês do megaevento.
A Anistia Internacional afirma que houve progresso nos últimos cinco anos em relação à proteção de trabalhadores imigrantes, após a promoção de medidas por parte do governo do Catar. Mas ainda há fracas regulamentações e falta de fiscalização.
A organização cobra o Catar e a Fifa pela criação de um fundo de compensação financeira aos trabalhadores.
Segundo a Anistia Internacional, o Catar conta atualmente com mais de dois milhões de trabalhadores imigrantes, sendo que centenas de milhares tiveram envolvimento com os projetos ligados à Copa.
O relatório aponta situações de vulnerabilidade para funcionários das áreas de segurança e trabalho doméstico, com jornada de até 18 horas e sem folga na semana.
"Milhares de trabalhadores se deparam com problemas como atraso ou não pagamento de salários, negativa de dias de descanso, condições de trabalho inseguras, impossibilidade de troca de trabalho, acesso limitado à justiça. Além disso, milhares de mortes seguem sem investigação", apontou a Anistia Internacional, em nota.
Procurada pelo jornal "The Guardian", da Inglaterra, a Fifa declarou que continua em diálogo aberto com a Organização Internacional do Trabalho, da ONU, e autoridades do Catar sobre iniciativas em prol dos trabalhadores imigrantes.
O Comitê Supremo de Legado do Catar declarou que é motivo de orgulho o legado em relação às leis de trabalho no país. O comitê organizador da Copa do Mundo acredita que o evento ajudará a acelerar iniciativas positivas para a região.
ge.
Foto: Getty Images
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