Reino Unido anuncia sanções à Rússia; EUA e União Europeia preparam reação

22 de Fevereiro 2022 - 12h26

Desde que o presidente russo, Vladimir Putin, decretou que o Ministério da Defesa envie as forças armadas do país para as regiões separatistas no leste da Ucrânia, a comunidade internacional se movimentou para repreender a Rússia através da aplicação de sanções econômicas.

Na manhã da terça-feira (22), o primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou sanções contra cinco bancos russos e três executivos de alto escalão do país. O premiê pediu para que as demais nações ocidentais também impusessem bloqueios às instituições financeiras russas.

A União Europeia deve decidir sobre o uso de sanções em uma reunião de ministros das Relações Exteriores europeus, na tarde desta terça, mas o chanceler da França e um representante da UE já adiantaram que o bloco “obviamente” vai aplicá-las.

Nesta madrugada, o Japão também afirmou que “está pronto” para se unir aos Estados Unidos e outras nações do G7 na aplicação dos bloqueios.

Estados Unidos
Os Estados Unidos estão coordenando com os aliados novas sanções contra a Rússia.

As novas sanções serão anunciadas nesta terça-feira (22), de acordo com informações de funcionários do governo americano. Na noite de segunda-feira (21), a informação foi confirmada pela embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

“Amanhã, os Estados Unidos vão impor sanções contra a Rússia por essa clara violação da lei internacional e da soberania e integridade dos territórios da Ucrânia”, disse ela aos repórteres depois da reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU.

Os detalhes dessa nova rodada de sanções ou controle de exportações ainda são desconhecidos.

Porém, segundo um porta-voz da Casa Branca, as medidas seriam diretas contra a Rússia. Essa informação corrobora com a fala de líderes europeus.

Reino Unido
O Reino Unido oficializou o que foi descrito por Boris Jonhson como o “primeiro pacote” de restrições às instituições financeiras russas no país.

Os bancos Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e o Black Sea Bank, assim como três executivos russos de alto escalão — Gennady Timchenko, Igor Rotenberg e Boris Rotenberg — tiveram bloqueios anunciados.

“Queremos impedir que as empresas russas consigam levantar fundos em libras esterlinas ou mesmo em dólares. Queremos que parem de levantar fundos nos mercados do Reino Unido e queremos tirar o véu que esconde a posse das propriedades deste país”, declarou.

As sanções, disse Johnson antes do anúncio, seriam “destinadas não apenas a entidades em Donbass [regiões separatistas], Luhansk e Donetsk, mas na própria Rússia – visando os interesses econômicos russos o máximo que pudermos”.

A outrora poderosa economia de superpotência da Rússia agora é menor do que a da Itália, com base em dados do FMI, com um PIB nominal de cerca de US$ 1,7 trilhão.

Japão
O Japão disse, nesta terça-feira (22), que está pronto para se juntar aos Estados Unidos e a outras nações industrializadas do G7 na aplicação de sanções à Rússia.

Essa ação foi “inaceitável e uma violação da lei internacional”, disse a repórteres o primeiro-ministro Fumio Kishida, que ligou para Putin na quinta-feira para pedir moderação. O Japão estava pronto para uma resposta forte que poderia incluir sanções , acrescentou.

Novas sanções do Japão, que se somariam às impostas à Rússia em 2014 após a ocupação da Crimeia, incluiriam a proibição de chips semicondutores e outras exportações de tecnologia-chave e restrições mais rígidas aos bancos russos, informou o jornal Yomiuri anteriormente.

Embora o Japão não seja mais um grande exportador de semicondutores, com apenas 10% do mercado global de chips, é um importante fabricante de componentes eletrônicos especializados, como chips automotivos e sensores de imagem, e domina em outros campos industriais, como equipamentos de fabricação de alta tecnologia.

Kishida e outros funcionários do governo que falaram nesta terça-feira não disseram quais sanções o Japão estava cogitando.

A postura mais rígida do Japão contra a Rússia contrasta com a abordagem diplomática mais branda em relação a Moscou adotada pelas administrações japonesas no passado. Eles cortejaram Putin na tentativa de garantir o retorno das ilhas ocupadas pelas forças russas no final da Segunda Guerra Mundial.

União Europeia
A União Europeia decidirá sobre quais sanções impor à Rússia “esta tarde”, disse o alto representante da UE, Joseph Borrell, a repórteres nesta terça-feira.

Borrell disse que convocou uma reunião informal de emergência dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia para discutir a resposta europeia ao presidente russo Vladimir Putin ordenar tropas russas em duas regiões separatistas no leste da Ucrânia.

“Obviamente, essa resposta tomará a forma de sanções”, disse Borrell, “devemos agir rapidamente, e isso significa esta tarde”.

“Eu não diria que esta é uma invasão completa, mas as tropas russas estão em solo ucraniano”, acrescentou.

O chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, também disse nesta terça que “obviamente” o bloco europeu vai impor sanções.

“É uma violação do direito internacional, é um ataque à soberania e integridade da Ucrânia, é a Rússia renunciando a seus compromissos internacionais e aos acordos de Minsk que assinou”, disse Le Drian.

Ele acrescentou que os líderes europeus tinham três mensagens a transmitir: uma postura firme contra as ações da Rússia, solidariedade com a Ucrânia e unidade na Europa.

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