Ronnie Lessa é transferido de presídio federal para Tremembé

20 de Junho 2024 - 14h18

O ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, foi transferido da Penitenciária Federal em Campo Grande (MS) para o presídio de Tremembé (SP) nesta quinta-feira (20).

A informação é da CNN. Lessa foi levado às 11h em uma aeronave da Força Aérea Brasileira do MS e chegou ao interior de São Paulo às 13h46 escoltado por um forte esquema de segurança da Polícia Penal Federal, com agentes estaduais.

A aeronave pousou em São José dos Campos e, de lá, houve trajeto terrestre por cerca de 50 minutos até o complexo de Tremembé.

Por conta da análise interna, a Secretaria de Administração Penitenciária decidiu que Lessa ficará na Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, chamada de P1. Seria o lugar de menor risco dentro do complexo que abriga presos homens e mulheres.

A mudança de presídio, prevista no acordo de delação premiada do ex-PM, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 7 de junho. O deslocamento dependeu de três fatores, conforme mostrou a CNN.

 

 

A transferência

Os três fatores que definiram o momento certo da mudança de um detento que oferece perigo à sociedade, como é o caso de Ronnie Lessa, foram: plano de segurança; logística; trâmite burocrático.

A operação de transferência de um custodiado é realizada pela Polícia Penal Federal. Neste processo, conta com o apoio logístico da Polícia Federal, que disponibiliza uma de suas aeronaves, do Comando de Aviação Operacional (Caop).

O plano de segurança é alinhado entre todos os órgãos envolvidos na transferência: Polícia Penal Federal, Polícia Federal, STF, Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Secretaria Nacional de Políticas Penais e Justiça Federal de São Paulo.

O cumprimento do trâmite burocrático também impacta a velocidade com que a transferência acontece.

A ordem do ministro Alexandre de Moraes tem de ser comunicada ao juiz de execuções do sistema federal. Depois disso, o juiz de São Paulo tem de ser notificado e a determinação encaminhada ao sistema penitenciário do Estado.

Todas essas etapas já foram executadas. A última fase é a comunicação da ordem de missão para os policiais que vão realizar a escolta de Ronnie Lessa.

 

O deslocamento

Dentro do avião da Polícia Federal, agentes fazem a escolta e o preso tem de ficar de cabeça baixa durante todo o voo. No trajeto, os policiais mantêm armamento e rotina de segurança para evitar qualquer intercorrência até chegar no local de “entrega” do preso federal para o estado, inclusive coletes.

A “entrega” se baseia na papelada. O chefe da operação, representando a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça, assina juntamente ao representante da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, “recebendo” o preso e sendo seu novo responsável.

Esse procedimento de transferência pode acontecer tanto na cela do aeroporto quanto já dentro da penitenciária. Os agentes checam os dados do preso, fazem revista pessoal e seguem o protocolo.

Por enquanto, Lessa continua na penitenciária federal, onde é o “interno 33” e tem histórico de “bom comportamento”, conforme apurou a CNN. O ex-PM, inclusive, já reduziu em 200 dias sua pena. Fez isso lendo livros, pois desde 2020 faz parte do programa “Remição pela leitura”, que possibilita redução da pena, caso seja condenado pelo duplo assassinato ao fim do processo.

 

Delação

Em delação premiada, o ex-policial militar relatou dificuldades para colocar em prática o plano de matar a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018.

Lessa citou “oportunidades perdidas”, que atrasaram o crime, preocupação com a repercussão do caso e esperanças de um “direcionamento” nas investigações.

A localização da casa da vereadora e problemas pontuais de agenda, segundo ele, foram fatores que colaboraram para o atraso.

O ex-PM relatou que conseguiu a arma para o crime em setembro de 2017.

O sigilo de dois anexos da delação foi retirado em 7 de junho pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

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