[VIDEO] Sinpol/RN após morte de jovem policial civil vítima de assédio: "tragédia anunciada"
O Sindicato dos Polícia Civil do RN (Sinpol/RN) divulgou uma nota de solidariedade pela morte da escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais, Rafaela Drumond, ocorrida no dia 9 de junho. O caso da jovem policial, de apenas 31 anos, ganhou repercussão nacional diante das denúncias de que ela vinha sendo vítima de assédio.
"Trata-se de uma tragédia anunciada, decorrente dos altos índices de estresse, sobrecarga de trabalho, precárias condições de estrutura profissional e também assédios institucionais em vários níveis. Soma-se a isso a falta de acompanhamento e assistência psicossocial por parte das instituições de Segurança Pública, deixando os servidores sem a devida proteção e amparo", afirmou o Sinpol.
Rafaela, de 31 anos, foi encontrada sem vida pelo pai no último fim de semana, em Antônio Carlos, município de Minas Gerais. O caso foi registrado como suicídio. A jovem trabalhava como escrivã na Polícia Civil do estado e estava lotada no município de Carandaí. Antes de morrer, ela compartilhou com amigos, em mensagens de áudio e texto, o cenário de impunidade e a pressão psicológica que enfrentava por causa de assédio, perseguições e episódios de “retaliação” no trabalho.
“Mesmo a gente estando certa, a gente está errada, a gente sofre retaliação. A gente tem medo de falar, e quando fala, é pior ainda pra gente, porque a gente é perseguido”, desabafou a jovem, em mensagens de áudio vazadas nas redes sociais. Chorando, a policial compartilhou o sentimento de impotência e falta de suporte dentro da corporação, e reclamou do esgotamento causado pela sobrecarga.
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Esse fato também foi destacado pelo Sinpol: "É triste sabermos que uma jovem policial tenha partido por problemas emocionais decorrentes do ambiente de trabalho. Não bastassem os riscos inerentes da profissão, os servidores da Segurança Pública no Brasil sofrem diariamente uma pressão interna que os leva ao limite, gerando doenças e, em muitos casos, consequências drásticas".
Ainda de acordo com o Sindicato, no Rio Grande do Norte, há uma atuação firme no combate aos assédios e tem contribuído também com a disponibilização de serviço de psicologia para os filiados, "mas é preciso que haja um grande esforço de todos para que casos como esse não se repitam".
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