Trapalhada: Polícia tenta desbloquear celular de homem que atirou em Kirchner e acaba apagando dados
Investigadores podem ter destruído provas que estavam no celular do autor do ataque contra a vida da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirshner. As informações são do Jornal das 15h, da Globo News.
Segundo o correspondente internacional Ariel Palacios, que atua diretamente de Buenos Aires, "a Polícia Federal tentava ter acesso às informações do celular (do autor do atentado, Fernando Montiel, que nasceu no Brasil e vive desde os 6 anos na Argentina) para descobrir seus chats, para quem ele havia telefonado nos últimos dias, entre outros dados que pudessem propiciar informações sobre a preparação da tentativa de assassinato da vice-presidente".
"Mas quando estavam usando o software muito específico para tentar desbloquear o celular, o telefone resetou e tudo indica que estariam perdidas as informações essenciais que estariam ali dentro", descreve, informando que os únicos dados que foram preservados foram contatos e imagens.
Palacios adjetiva a operação como uma "trapalhada" e cita que o deslize tecnológico gerou críticas da população e da classe política. Ele prossegue dizendo que, em simultâneo, a Justiça argentina continua convocando testemunhas. Até agora, um total de 24 pessoas prestaram depoimentos, incluindo apoiadores de Kirchner que estavam no local e policiais que atuavam fazendo a segurança da peronista.
A atuação das autoridades de segurança, aliás, também é alvo de crítica por uma série de fatores. "Primeiro, por não terem feito cordão de isolamento antes da chegada dela de carro tendo em vista que no dia anterior um homem, aparentemente bêbado, esteve no local segurando uma chave inglesa e gritando contra a vice-presidente", cita o comentarista.
Além disso, os agentes são questionados por não terem se jogado contra Kirchner para protegê-la. E, por fim, são censurados por não terem-na removido imediatamente do lugar, uma vez que outros ataques poderiam ter sido desferidos.
O governo argentino começa a considerar que não há organizações nacionais ou internacionais por trás do ataque, sendo, portanto, um ato de terrorismo praticado por um "lobo solitário", conforme apuração de Palacios, que acrescenta que a vice-presidente agora passa a utilizar em um carro blindado, cedido pelo atual presidente, Alberto Fernández.
O Tempo
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