O presidente russo Vladimir Putin surpreendeu o mundo hoje com uma proposta de cessar-fogo e pelo fim do que ele chama de “operação militar” na Ucrânia.
A declaração foi feita um dia antes da conferência de paz na Suíça, que vai envolver 90 países e organizações. A ideia é buscar soluções e uma saída para a guerra na Ucrânia. Putin já tinha dito que a Rússia não vai participar e que tudo isso “não passa de perda de tempo”.
Sobre a proposta, o presidente russo fez exigências praticamente impossíveis de serem cumpridas. Putin quer que a Ucrânia abandone definitivamente a ideia de fazer parte da OTAN e que o exército deixe imediatamente as quatro regiões conquistadas pela Rússia em território ucraniano. Ou seja, parar por aqui e, tudo o que os russos conseguiram, ficam com eles. Hoje, a Rússia tem o domínio de quase 20% do território do país europeu.
“É claro que os direitos e liberdades dos cidadãos de língua russa na Ucrânia devem ser plenamente garantidos, as novas realidades territoriais e o estatuto da Crimeia, de Sebastopol, das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, as regiões de Kherson e Zaporozhye”, disse Putin.
O presidente russo ainda pediu: “É claro que isto também significa o levantamento de todas as sanções ocidentais contra a Rússia”.
Importante lembrar que o projeto de Moscou foi apresentado um dia depois do G7, as sete maiores economias do mundo, aprovar um fundo de US$ 50 bilhões para os ucranianos.
O primeiro a se manifestar foi o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, que considerou as exigências absurdas e manipuladoras. “Putin não luta pela paz, ele quer dividir o mundo.” E completou: “A Rússia não está a planejar a paz, mas sim a continuação da guerra, a ocupação da Ucrânia, a aniquilação do povo ucraniano e mais agressões na Europa”
Em seguida, veio a rejeição feita pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
“Hitler fez a mesma coisa quando disse ‘dê-me parte da Tchecoslováquia e acabaremos com tudo’, mas não, isso é mentira.” Lembrando que o líder nazista também apresentou um projeto de paz, em 1938, durante uma conferência em Munique. Menos de um ano depois, Hitler invadiu a Polônia, que foi o ponto de partida para a Segunda Guerra Mundial.
Hoje, mais cedo, o secretário de defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, em reunião na OTAN disse: “Putin ocupou ilegalmente o território soberano ucraniano. Não queremos que o líder de um país acorde um dia e decida apagar as fronteiras do seu vizinho e anexar o seu território. Este não é o mundo em que todos queremos viver.”
Dessa forma, a proposta nem vai ser discutida. Nem mesmo levada a sério. Enquanto isso, a guerra continua.
R7
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