Vagarosamente, o futebol vai se tornando cada vez mais robótico e engessado. O diferencial sul-americano, em especial brasileiro, vai sendo inibido e o que havia de comum passa a ser visto como extraordinário.
O cartão amarelo dado a Soteldo por pisar com os dois pés na bola contra o Vasco, não pode ser visto apenas como uma punição, mas também um sinal amarelo para o que estão fazendo com o futebol "alegria".
A regra de arbitragem fala, nitidamente, que um cartão deve ser aplicado em caso de atitude antidesportiva ou que falte respeito com a partida. No entanto, onde está a falta de respeito em usar seu recurso?
Neymar já foi perseguido da mesma forma na Europa. Lucas Paquetá também. Agora, chegou a vez do Brasil engessar o que sempre teve de melhor: a imprevisibilidade.
Como se já não bastasse mandar meninos com talento para se formarem na Europa e perderem a identidade sul-americana, querem também inibir a alegria do futebol.
É fácil falar que só fez por já estar com o jogo ganho. Isso é óbvio. Futebol também se joga com psicológico. Quem tem o recurso, deve e pode usá-lo como quiser.
Estranho até vascaínos reclamarem de Soteldo. Por acaso não lembram com alegria da rebolada de Edmundo contra o Botafogo?
O que Soteldo fez não foi um drible, mas também não foi tão grave a ponto de receber a mesma punição do seu agressor.
Vi a súmula e Daronco cita que o cartão foi por discutir com o adversário. Porém, não há discussão que envolve Soteldo. Ele até concorda com os jogadores do Vasco. O que o ilustre árbitro bombado não quis dizer foi: "dei amarelo por jogar futebol".
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