Análise: América teve esquema confuso contra o Afogados; foi uma atuação para esquecer

30 de Abril 2022 - 22h35

Por Edmo Sinedino

Eu queria entender o esquema de jogo do América. Sei que os senhores treinadores devem até zombar de mim, afinal, a eles somente, acreditam, foi dado o poder de entender como funciona uma equipe de futebol. Mas, no alto da minha ignorância vou arriscar aqui passar o que entendi.

Quatro defensores. Dois alas. O da direita, Everton, quase não passa do meio de campo. O da esquerda, até tentou, até passou, mas de pouca ou nenhuma utilidade. Sem falar nos erros bobos em saída de bola que, coincidentemente, os dois cometeram.

Um volante fixo. Confesso, sem querer ser perseguidor, não vi esse Maycon Lucas tomar uma bola de ninguém ou fazer qualquer jogada progressiva, aparecer como elemento surpresa, nem pensar, e nem mesmo o mínimo: coberturas ou ajuda na frente da área.

Do seu lado, o Araújo jogando pelo lado direito de ataque, mas recompondo e, junto com William Marcílio, tramando as melhores jogadas. Inclusive chegando várias vezes na área. Só não estava com o pé acertado neste sábado.

Felipinho, o outro meia, meio sumido, se bem que, acho eu, refém do esquema e acho que saiu cedo do jogo. E uma dupla de atacantes mais adiantados completamente inoperante. Maico Félix e Frank.

Quem será que bancou o Frank. O Maico, já que no treino de quinta-feira nenhum dos dois apareceu. O treinador disse que foi ele e Sena. Não creio, desculpem.

4-1-3 (quando WM vinha) -2. Nenhuma jogada além das que conseguiram tramar WM e Araújo.

Sai Maico, entra Histone. Melhorou, depois entraria Luiz Henrique, saiu WM e o time morreu. Elvinho e Téssio, meias com qualidade de passe e estilo de jogos diferentes, mas verticais, que poderiam mudar o panorama da partida, não foram acionados.

O América ficou com um ataque sem ter quem ligasse, tudo para Araújo fazer sozinho, certamente ele não conseguiria.

E foi assim.

O Afogados veio no  4-2-1 (pendendo para o lado direito, mas também voltando para marcar)-3, dois atacantes quase ocupando o mesmo espaço, Nildo e Chaves, 10 e 9, e um aberto na esquerda, o Breno. Todos sem poder de ofender um pinto.

Um time sem saída de bola, só ligação direta, dois volantes limitados e apenas um jogador lúcido, justamente o que fez o gol, o Paulista, camisa 8. O que jogava caindo pelo lado direito, mas que fez o gol caindo nas costas da defesa pelo lado esquerdo.

O time do Afogados é tão limitado que, com um homem a mais, desde o 26 minutos do primeiro tempo, não soube tirar proveito marcou o gol da vitória em bola entregue pelo próprio defensor rubro, infeliz lance de Jean Pierre.

Uma atuação para esquecer.

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