Em jogo épico, América vence o Caxias de virada, 3 a 1, e consegue o sonhado acesso à Série C

28 de Agosto 2022 - 22h37

Os deuses do futebol são caprichosos. E eles sabem da grandeza do América, e que a volta do time rubro à Série C deveria, teria que ser épica. E foi. Uma vitória espetacular, de virada, depois de estar perdendo de 2 a 0, na soma dos dois resultados. 3 a 1 na Arena das Dunas, nesta tarde-noite de domingo, com direito ao gol do acesso marcado nos acréscimos, quando já havia subido a placa de mínimos quatro minutos, diante de tudo que aconteceu na partida. 

Téssio, num chutaço de fora da área que desviou, tenho certeza, no " Sobrenatural de Almeida" e tirou as as chances de defesa do goleiro André Lucas. Agora, o objetivo é o título, que vale que R$ 500 mil reais. O primeiro duelo será em casa, diante do São Bernardo, que também já subiu, eliminando o Tocantinópolis. A otura semifinal será entre Pouso Alegre x Amazonas.

O Jogo

Um primeiro tempo muito abaixo do que todos esperavam. Uma escalação equivocada, para mim, com Felipinho na armação de jogadas, Araújo e Téssio fazendo a dupla de volantes, e com Juninho e Téssio no banco de reservas. Claro que o América foi dominante, mandante, criou algumas situações de gols, teve até, podemos dizer, chance clara de abrir o placar, mas pecava no último passe. E essa intensidade foi caindo à medida que o tempo passava. O Caxias, que o treinador bravateou que jogaria para vencer, chegou uma vez numa cabeçada sem perigo. Mesmo assim o time gaúcho segurou o empate.

Veio o segundo tempo. Apenas uma mudança, que nem foi tática. Araújo sentiu o jogo, vinha de contusão, cedeu o lugar para Téssio. Mas, estranhamente, o bom meia entrou para fazer uma ala, numa mudança de esquema para 3-5-2. Nada melhorava. As coisas se tornavam difíceis. O rubro vivia das jogadas individuais de Elvinho e nas tentativas de Wallace Pernambucano, mas era muito pouco. E o castigo veio. Numa bela jogada do ala Rafael a bola chegou o Matheusinho que fuzilou o gol de Bruno e abriu o placar, aos 13 minutos. Silêncio sepulcral na Arena. O América agora precisava de três gols, parecia missão impossível.

Imediatamente, Sena agiu. Realizou seu acerto. Mudança tripla que, realmente, tranformou o duelo. Saem Everton, Rômulo e Felipinho. Entram Rafael Carioca, Juninho e Frank. Juninho plantado na frente da defesa, volta o esquema de 4-3-3, desta vez com dois alas que apoiam de verdade - Allef e Rafael Carioca. Téssio, fundamental, passa a trabalhar no meio-campo, flutuando junto com Elvinho e servindo os três atacantes - Iago, WP e Frank. Um outro América. Até mesmo o até então apagado Iago passa a jogar.

O empate veio. Elvinho dá combate, toma a bola do defensor vai à linha de fundo e serve Iago que empata o jogo. Incedeia a Arena, aos 20 minutos. O time rubro toma todos os espaços, o treinador do Caxias faz mudanças, reforça sua pegada, mas as situações perigosas de ataques, com chutes de Téssio, chegada de Elvinho levam sempre perigo. Aos 43 minutos, tempo de dramaticidade dobrada,  Wallace pega da entrada da área, chuta no gol e o goleiro rebate, Téssio chega batendo de primeira, tentando pegar efeito, mas a bola sobra para Iago, de novo ele, que ajeita e chuta cruzado virando o placar e levando a partida para aos pênaltis naquele momento. Delírio na Arena, pois tudo parecia perdido.

A torcida acredita. Em nenhum momento deixou de acreditar. Sobe a placa de quatro minutos de acréscimos, muito pouco para o tanto de cera que fez o time da serra gaúcha. Tudo se encaminhava para mais uma angustiante disputa de pendalidades. Faltava o último capítulo, o mais belo da saga. Téssio recebe da intermediária, avança tentando se livrar da marcação, mesmo de longe, acredita, chuta no gol, no meio do caminho, um leve desvio, não ficou claro se na defesa ou num companheiro, trai o André Lucas, a bola entra no canto esquerdo e classifica o América para a Série C de 2023 com um gol aos 48 minutos.

A Arena das Dunas enlouquece. Torcida, profissionais de imprensa, funcionários da Arena, jogadores em campo, reservas, comissão técnica, tenho a impressão que a cidade inteira explodiu de alegria festejando o acesso que, naquele momento não poderia mais ser evitado. Fim do martírio que já durava nada menos que seis anos. O América gigante, tradicional, amado por uma nação que se fez presente em número de quase 30 mil, consegue seu objetivo e sai, finalmente, da famigerada quarta divisão.

Leandro Sena, comissão técnica, Moura, Souza, jogadores, as tias da cozinhas e, principalmente, a torcida mereciam esse presente de domingo.
 

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