Marchiori comete erros e não consegue furar a retranca de João Bulse

Toda semana é a mesma coisa. Tentamos imaginar como vem o ABC para o jogo seguinte, já sabendo que não vai ter repetição. Assim é o estilo Fernando Marchiori, que discordo, mas respeito. Contra o Vitória, duelo deste sábado que terminou empatado, sem gols, o técnico se superou. 

Ele armou um ABC num estranho 4-1-4-1, fazendo de Felipinho um meia esquerda, Varão pela direita, Wellington Reis centralizado, com Fábio lima na direita e Wallyson na esquerda, ambos apertos, como pontas à moda antiga e Henan preso entre os zagueiros que eram três, e ainda auxiliados pelos dois alas que não saíam tanto.

Os equívocos: você tem Felipinho que é um ala de grande desenvoltura, sua melhor opção de ataque, como colocá-lo de costas para a defesa adversária? O Varão, notadamente, rende mais pelo lado esquerdo do campo, atuou invertido e muito preso, sem ser o elemento surpresa que conhecemos. 

E Wallyson? Ah, essse está sendo penalizado, "pagando uma pena" a cada atuação. O atacante não é mais jogador de lado de campo. Se não vai escalar o Mago flutuando, fazendo a função de falso meia, falso 9, esporadicamente caindo pelo lados, melhor deixá-lo no banco. 

Um time travado, sem criação, que melhorou um pouco nesse quesito com a entrada de Garré. Mas precisava de mais gente para fazer variações, isso era evidente. O Vitória tinha cinco jogadores na última linha, era necessário atraí-los para fora desse bloco e infiltrar com tabelas, lançamentos entre essa linha e muito mais passagens de alas. 

Nada disso foi feito. O ABC dependia, unicamente, de chutes de fora da área (foto), que foram poucos, e o inútil e repetido jogo aéreo, com um detalhe, sem que os jogadores chegassem ao fundo para fazer o lançamento voltando, tirando do goleiro. Sem precisar demonstrar muita criatividade, João Bulse anulou Marchiori.

Por fim, na entrevista pós jogo concedida aos jornalistas, perguntado por Capixaba, Mrchiori alegou que o Vitória veio com um "esquema diferente". Então, claro, chego a conclusão de que o treinador errou de novo em não mudar o mais rapidamente possível, pois seu estudo e armação seriam em vão para o "novo" Vitória. Não seria isso?