Sérgio Poty se junta ao time eterno de Garrincha e Marinho Chagas

12 de Setembro 2022 - 22h59

Foi-se, subiu, foi fazer companhia a figuras eternizadas como - Marinho Chagas e Garrincha como exemplo  - que, assim como ele, fizeram do futebol uma festa eterna, dentro e fora do campo. Sérgio Poti faleceu nesse dia 12 de setembro.

Tive o prazer de jogar com Sérgio Poti em várias oportunidades. De forma oficial, pela primeira vez, no ABC, em 1987. O ano que o time do povo tinha um elenco espetacular, mas faltava treinador. Um cara do bem, um malandro na essência. Quando chegava trazia a alegria e quando se juntava com o massagista Furão, também falecido, a resenha era sensacional, gargalhadas garantidas. Essa a lembrança que vai ficar, ficou. 

Um ser humano que não tinha inimigos, quase não falava em campo, só jogava, deitava com sua categoria. Suas histórias sobre jogos, atacantes que marcou, sufocos que passou (não tinha vergonha de falar) companheiros de clubes, eram deliciosas. Claro, muitas destas histórias não podem ser reproduzidas. também tinha o dom de tirar sarro com seus colegas roqueiros, claro, fazia isso porque tinha liberdade.

Depois, jogaria com Sérgio no União de Goianinha, já fora do profissional, acho que ele ainda voltaria, na disputa do Matutão, timaço de Homero que tinha Joãozinho Danadinho, Humberto, Heleno, China, Nelson (goleiro), Edson Cabritinho, Niel e outros feras. 

Durante sua carreira, para quem não sabe, o nosso Poty foi convocado para uma seleção de novos do Brasil, junto com Careca, Geovani e outras feras. Teve passagem pelo Vasco da Gama, mas o seu futebol exuberante sempre foi atrapalhado pela doença que acabou vitimando-o: o alcoolismo. Serginho já connvivia há muito com Hepatite C nunca tratada, cirrose e sofria de problemas cardíacos, depois do AVCs que sofreu, sabíamos, que seu quadro eras irreversível. 

Fica a saudade desse companheiro cordato, sempe sorridente e tirando onda, contando suas histórias. Quem não o viu em campo, que pena, perdeu de testemunhar o desfile de elegância, de toques de efeito, de desarmes malandros de lançamentos fantásticos com a parte externa ou interna do pé, mas sempre o canhoto. 

Um zagueiro fenomenal, sem exagero, um dos maiores da história do futebol do Nordeste, e se tivesse sido profissional, do Brasil.

PS: preferi essa foto de Sérgio nesse fantástico time do América tretracampeão em 1982: César, Wassil, Joilton, Domício, Sérgio Poty e Gilson Lopes; agachados: Sandoval, Marinho, Guedes, Norival e Davi.

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