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Economia

Alckmin: “não tem sentido” o Brasil ter 2ª maior taxa de juro do mundo

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Dois dias depois da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros no patamar atual, de 15% ao ano, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse, nesta sexta-feira (12/12), confiar no início do ciclo de cortes da Selic no começo de 2026. Com informações do Metrópoles.

Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, concedeu entrevista coletiva após participar de um seminário com líderes empresariais, em São Paulo.

O Copom manteve o tom duro em seu comunicado, em que são feitos comentários sobre a decisão de manter os juros básicos do país em 15% ao ano – o maior patamar desde o fim de maio de 2006. Com isso, o órgão do BC não deu nenhum sinal para o mercado sobre o eventual início do ciclo de redução da taxa.

A manutenção dos juros em 15% ao ano era amplamente esperada pelos agentes econômicos. No mercado de Opções de Copom, da Bolsa brasileira, 97,5% dos investidores apostavam na permanência da Selic nesse patamar. A grande dúvida do mercado era se o Copom emitiria algum sinal sobre uma mudança de curso da política monetária. Isso não ocorreu.

Como mostrou o Metrópoles, o Brasil continua na segunda colocação no ranking das mais elevadas taxas reais de juros do planeta. A lista foi divulgada pela consultoria MoneYou, que monitora os 40 países considerados relevantes no mercado global de renda fixa nos últimos 25 anos. A taxa real de juros é resultante da taxa nominal de juros (no caso do Brasil, 15% ao ano) descontada a inflação no período.

“Eu entendo que sim [que os juros começarão a cair]. Você tem inflação em queda. Estamos abaixo do teto da meta”, afirmou Alckmin aos jornalistas.

“As causas da inflação, quais foram? Primeiro, o dólar, que estava em R$ 6,30 e reduziu para R$ 5,40. A outra razão da inflação foi alimento. Tivemos uma seca muito forte, com queda de safra e aumento de preços. O clima ajudou, a safra foi recorde e o preço caiu. A inflação de alimentos está em 2%”, prosseguiu o vice-presidente da República.

“Não tem justificativa. Não tem sentido você ter o segundo maior juro do mundo. Isso atrapalha o investimento. Quem precisa de capital para investir, segura. Atrapalha os consumidores e as famílias. Temos um grande número de famílias com problema de dívida. E atrapalha a dívida pública porque cada 1% da taxa Selic custa R$ 52 bilhões por ano só para rolar a dívida”, criticou Alckmin.

A próxima reunião do Copom, a primeira de 2026, está marcada para os dias 27 e 28 de janeiro. Grande parte dos analistas do mercado aposta no início do ciclo de cortes da Selic ainda no primeiro trimestre do ano que vem – a dúvida é se ele ocorrerá em janeiro ou apenas em março.

Na próxima terça-feira (16/12), o BC divulgará a ata da reunião desta semana do Copom.

Tarifaço do México sobre o Brasil

Na entrevista, em São Paulo, Geraldo Alckmin também foi questionado sobre a decisão do governo do México de aumentar as tarifas de importação para produtos de países com os quais não mantém acordos comerciais, entre os quais o Brasil. A mudança atinge 1,4 mil itens e prevê alíquotas de, no mínimo, 35%. A previsão é a de que as novas regras passem a valer em 1º de janeiro de 2026.

A medida recebeu aval final do Senado mexicano, após passar pela Câmara dos Deputados. O partido da presidente do México, Claudia Sheinbaum, que controla as duas Casas, defende que o reajuste é necessário para incentivar a produção nacional. O projeto foi aprovado por 76 votos favoráveis, cinco contrários e 35 abstenções.

Além do Brasil, outros oito países foram afetados: China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia, Turquia e Taiwan. Ao todo, 1.463 classificações tarifárias serão alteradas, abrangendo setores como automotivo, têxtil, vestuário, eletrodomésticos, plásticos e calçados.

“Nós estivemos no México e foi feito um entendimento para aumentar as chamadas linhas tarifárias de preferência. Temos um número de linhas tarifárias de preferência pequeno. Este trabalho está em curso. Vamos trabalhar para aumentar essas linhas tarifárias”, afirmou Alckmin. “Nós defendemos o multilateralismo. Vamos trabalhar junto ao México para ter mais complementaridade econômica.”

Alckmin também foi indagado sobre o avanço das negociações comerciais com os Estados Unidos. Segundo ele, as conversas com o governo do presidente norte-americano Donald Trump estão em andamento.

“O presidente Lula pediu ao presidente Trump para suspender [a tarifa de] 40% enquanto negocia. Vamos aguardar”, concluiu.

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