A barreira ortopédica instalada pelo Governo do RN no Hospital Regional Alfredo Mesquita, em Macaíba, ajudou a reduzir a superlotação no Walfredo Gurgel, mas, 49 dias depois, os corredores voltaram a abrigar pacientes. Na tarde desta quinta-feira (27), ao menos 10 pessoas aguardavam atendimento nos corredores, conforme apuração exclusiva da Tribuna do Norte.
A promessa de desafogar o Walfredo foi celebrada pela governadora Fátima Bezerra em março, quando os corredores ficaram vazios por um mês. No entanto, acompanhantes relatam a volta da superlotação. Uma mulher de 65 anos, por exemplo, esperava cirurgia desde quarta-feira (26), imobilizada em uma maca no corredor. Sem previsão de atendimento, outra paciente idosa desistiu e buscou a rede particular.
Desde sua abertura em fevereiro, a barreira ortopédica realizou 102 cirurgias e 834 atendimentos, mas especialistas apontam que a medida não resolve o problema estrutural do Walfredo. Para o presidente do Sinmed-RN, Geraldo Ferreira, a barreira alivia casos de baixa e média complexidade, mas não soluciona a demanda por cirurgias mais graves. Ele também alerta que a realização de cirurgias eletivas em áreas de urgência pode estar agravando o problema.
A Sesap prevê até oito cirurgias diárias na barreira ortopédica, com investimento de R$ 10,8 milhões viabilizado pelo Ministério da Saúde. Porém, a solução definitiva passa pela abertura de novos leitos, como no futuro Hospital Metropolitano e no Novo Hospital Municipal de Natal, cujas obras ainda não saíram do papel.
Imagem: Adriano Abreu
