A Casa Branca confirmou que o governo do presidente Donald Trump não enviará representantes de alto escalão dos Estados Unidos para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer entre 10 e 21 de novembro em Belém, no Pará. A informação é do O Antagonista.
Segundo um porta-voz ouvido pela Bloomberg News e pelo jornal The Guardian, a decisão segue orientação direta de Trump, que tem priorizado negociações bilaterais sobre energia e comércio em vez de compromissos multilaterais ligados ao clima.
O anúncio foi feito após o presidente Lula ter enviado um convite formal a Trump para participar da COP30.
Com a decisão, será a primeira vez em mais de três décadas que os EUA não terão representantes de alto nível na conferência.
Além da ausência americana, a Argentina também confirmou que não enviará representantes de alto escalão.
Em contrapartida, chefes de Estado como Emmanuel Macron, da França, devem comparecer. A presidência mexicana enviará a ministra do Meio Ambiente, Alicia Barcenas, representando Claudia Sheinbaum. Ao todo, o evento terá 145 delegações, sendo 57 com líderes de governo.
A cúpula terá discursos dos chefes de Estado e reuniões bilaterais, incluindo encontros de Lula na quinta-feira, 6, durante a abertura do evento.
Quem participará da COP30?
A COP30, conferência da ONU sobre clima, ocorrerá em Belém de 10 a 21 de novembro, com a cúpula de líderes marcada para os dias 5 e 6.
Pelo menos três chefes de Estado ou de governo do G20 devem comparecer: Friedrich Merz (Alemanha), Emmanuel Macron (França) e Keir Starmer (Reino Unido).
Também estão confirmados o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
Outros líderes, como o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, e o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, não devem comparecer, enviando provavelmente delegações ministeriais.
O presidente rotativo da União Africana, João Lourenço, também não viajará, mas o presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf, é esperado. A efetiva participação de todos depende de ajustes de agenda e ainda pode sofrer alterações.
A escolha de Belém como sede gerou críticas por problemas de infraestrutura e aumento dos preços de hospedagem. Em resposta, o governo brasileiro mobilizou uma força-tarefa para acomodar as delegações, e ofereceu alternativas como navios de cruzeiro e unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.
Apesar da crise logística, o governo mantém a cidade como local da conferência e garantiu a presença das 57 delegações confirmadas até esta sexta-feira.