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Política

Hugo Motta e líderes decidem não pautar urgência da anistia

Fot: Marina Ramos

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou nesta quinta-feira (24) que o requerimento de urgência do projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro não será pautado, pelo menos por ora. A matéria é de Augusto Tenório e Mateus Salomão, do Metrópoles.

O chefe da Casa se reuniu com os líderes, que decidiram “matar no peito” a responsabilidade pela trava à proposta, numa jogada para protegê-lo. “Especificamente sobre o tema da urgência da anistia, foi decidido pelo adiamento da pauta desse requerimento”, explicou Motta à imprensa.

“Isso não está dizendo que nós não seguiremos dialogando pela busca de uma solução para o problema. Tenho que, enquanto presidente, decidir a pauta. A pauta é um dever do presidente”, disse o deputado.

De acordo com parlamentares ouvidos pelo Metrópoles, Motta consultou os líderes na noite dessa quarta-feira (23), logo após o jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a urgência da anistia.

Ouviu dos chefes das bancadas que, a despeito de o requerimento de urgência contar com a adesão da maioria dos deputados, o projeto dividiria a Câmara e geraria uma nova crise institucional entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o Metrópoles apurou, a ideia em consenso é trabalhar um novo texto para depois discutir a urgência. Os deputados aceitam até anistiar ou diminuir penas de quem participou do quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, em Brasília, mas não os mandantes. Parlamentares avaliaram que o texto atual não é claro nesse sentido.

Dessa forma, na reunião, os líderes se posicionaram contrariamente ao avanço do texto. A decisão frustra o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e a legenda ameaça com uma rebelião. Como mostrou o Metrópoles, Sóstenes Cavalcante se insurgiu contra Motta.

Na noite dessa quarta, Sóstenes disse que, se o presidente da Câmara não pautasse a urgência da anistia, haveria um rompimento com o maior partido da Casa. Também afirmou que a sigla, caso contrariada, monopolizaria todas as emendas de comissão.

A trava à anistia, além de uma vitória para o STF, também é considerada um trunfo para o governo Lula. O presidente tem criticado a ideia, pois o PT e os partidos de esquerda consideram que é contrária à democracia, mas também porque temem um eventual uso do perdão para o ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível até 2030 e também alvo de um inquérito na Suprema Corte sobre a tentativa de golpe de Estado.

Imagem: Marina Ramos.

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