O presidente Lula (PT) não deve ir às comemorações do Dia do Trabalhador no próximo feriado de 1º de maio. No ano passado, de cima do palanque, o petista fez críticas sobre a falta de público no evento organizado pelas centrais sindicais no estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste da capital paulista.
A noticia é de RAMIRO BRITES. Segundo fontes do Palácio do Planalto, a falta do presidente se deve a um desacordo das centrais sindicais, que não farão neste ano um ato unificado. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) não participará como organizadora do evento no Campo de Bagatelle, na zona norte de São Paulo, promovido por outros sindicatos – Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central Sindical de Trabalhadores e Pública. A CUT não concorda com sorteios de brindes para atrair trabalhadores ao local.
Além disso, outros sindicatos menores farão um outro ato em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, berço político de Lula, onde foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, há 50 anos. Com agenda cheia, o petista não conseguiria garantir presença em São Bernardo e na capital.
Nos dois primeiros anos de mandato, Lula participou de atos de centrais sindicais em São Paulo no 1º de maio. Em 2022, em uma espécie de pré-campanha das eleições presidenciais, o petista também se reuniu com os trabalhadores e sindicalistas em um ato no Pacaembu.
Em 2024, o ato em Itaquera foi uma prévia da campanha de Guilherme Boulos (PSol), candidato de Lula nas eleições municipais na capital paulista. Lula chegou até a receber uma multa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por pedir votos ao psolista antes do período permitido.
No palanque, Lula citou nominalmente o secretário-geral da Presidência, Márcio Macêdo, para criticar a falta de público.
A bronca serviu de munição para o fogo amigo petista contra Macêdo. Em fevereiro deste ano, ele era apontado nos bastidores como ficha 1 para sair do governo e dar espaço a Gleisi Hoffmann no Planalto.O movimento não se confirmou, Gleisi foi nomeada para a Secretaria de Relações Institucionais no lugar de Alexandre Padilha, que por sua vez, assumiu o ministério da Saúde no lugar da ex-ministra Nísia Trindade.