A bebê Ana Beatriz, que havia sido dada como desaparecida pela própria mãe, foi encontrada morta nesta terça-feira (14) no quintal da residência da família, no município de Novo Lino, em Alagoas. O caso chocou a população e mobilizou grande aparato policial nos últimos dias. A informação é do portal UOL.
De acordo com informações confirmadas pela Polícia Civil e pelo advogado da família, José Wellington, o corpo da criança de pouco mais de um mês de vida estava escondido dentro de uma sacola plástica, junto a um sabão, dentro de um armário com produtos de limpeza nos fundos da casa. O local foi indicado pela própria mãe, Eduarda Silva de Oliveira, de 22 anos, que inicialmente havia denunciado o sequestro da filha.
A localização do corpo foi feita na presença de familiares do pai da bebê, Nivaldo, que já relatavam um forte mau cheiro no local. A perícia foi acionada e o Instituto de Criminalística seguiu para o endereço. Após a análise, o corpo da menina será encaminhado ao IML de Maceió.
Eduarda foi levada inicialmente para atendimento médico em uma ambulância da prefeitura, que chegou a ser apedrejada por populares revoltados, mas ninguém ficou ferido. Em seguida, ela foi conduzida ao Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) da cidade, cercado por manifestantes que gritavam por justiça. A Polícia Militar precisou agir para evitar que a BR-101 fosse interditada.
Múltiplas versões e inconsistências
A investigação apontou contradições desde o início do caso. A mãe havia alegado, na última sexta-feira (12), que a filha havia sido levada por criminosos em uma suposta abordagem na BR-101. No entanto, câmeras de segurança e testemunhas desmentiram a história.
Segundo o delegado João Marcello, da Dracco (Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), imagens mostram que Eduarda saiu de casa diretamente para a residência de uma vizinha e, em nenhum momento, estava com a criança ou foi vista próxima a um veículo suspeito.
Ao longo das investigações, a mãe chegou a apresentar até cinco versões diferentes, incluindo a mais recente, na qual afirmava ter dormido com o portão aberto e sido abusada por dois homens encapuzados, que teriam levado a filha. Nenhum vizinho ouviu qualquer movimentação, e as câmeras de segurança da área não registraram qualquer invasão.
"Investimos tudo que podíamos para encontrar essa criança com vida, e, a cada inconsistência, ela criava uma nova história", disse o delegado Igor Diego, também da Dracco.
Pai soube da tragédia em São Paulo
O pai da bebê, Jaelson da Silva Souza, que está em São Paulo há um mês, ainda não havia conhecido a filha. Em vídeo divulgado pela TV Record, ele lamentou profundamente o desfecho do caso, visivelmente abalado.
A comoção tomou conta de Alagoas. Desde a denúncia, foram organizadas correntes de oração e um grande efetivo das forças de segurança foi mobilizado nas buscas por Ana Beatriz. O secretário estadual de Segurança, Flávio Saraiva, acompanhou as investigações de perto.
O caso também ativou o Amber Alert, sistema do Ministério da Justiça que notifica plataformas como Instagram, Facebook e Threads sobre desaparecimentos de crianças, ampliando o alcance da informação para usuários localizados num raio de até 160 km do fato.