Ultra-aliado de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia levanta suspeitas de que Tarcísio de Freitas tem sido infiel ao ex-presidente. O líder religioso elenca situações nas quais o governador de São Paulo teria se distanciado de seu padrinho político. Em entrevista à coluna, Malafaia disse “desconfiar” de que Tarcísio atue nos bastidores para que Bolsonaro permaneça inelegível. E, assim, abra espaço para que ele próprio dispute Presidência em 2026.
O incômodo se dá pela suposta aproximação de Tarcísio com figuras rechaçadas por Bolsonaro, como o ministro do STF Alexandre de Moraes e o apresentador Luciano Huck. “Quem é amigo do meu inimigo, meu amigo não é”, disparou Malafaia. Ele critica, ainda, elogios do governador ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem renegocia a dívida de SP com a União.
O líder religioso diz acreditar que Tarcísio de Freitas tenta se apresentar como um “bolsonarista moderado, um novo PSDB”. E sustenta que, mesmo após estreitar com Moraes e “aceitar indicações” do ministro, o governador não deu sinais de ter articulado para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro, que será analisada pelo Supremo Tribunal Federal.
Malafaia defende que, até que o STF dê a palavra final sobre o caso, Bolsonaro se posicione como candidato à Presidência. E, em indireta a Tarcísio, cita outros três nomes do campo conservador que poderão disputar as eleições de 2026.
“Não tem só o Tarcisio. Tem o Tarcísio, tem o Ratinho Jr., tem o Ronaldo Caiado, tem o Romeu Zema. Todos governadores com excelente aprovação. Até maior que a dele.”
“Mas não está na hora de discutir isso. Enquanto não houver decisão final, Bolsonaro é o candidato. Seria uma vergonha o STF manter Bolsonaro inelegível enquanto libera José Dirceu, que chegou a ser condenado a 30 anos, e Lula, que chegou a ser condenado a 11”, opinou Malafaia.
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