A Polícia Civil do Rio Grande do Norte está investigando um grupo criminoso em um aplicativo de mensagens, acusado de adicionar crianças que estudam em escolas de Natal para compartilhar conteúdo pornográfico e aplicar enquetes com o objetivo de identificar as instituições de ensino frequentadas pelas vítimas. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (1º).
Segundo a denúncia, os suspeitos utilizam "correntes" dentro do grupo para incentivar que as crianças adicionem colegas de classe. Em seguida, os administradores criam enquetes com perguntas como “De que escola você é?”, buscando mapear a localização das vítimas.
De acordo com relatos de pais e responsáveis, após a entrada das crianças no grupo, são enviadas imagens de conteúdo pornográfico. As vítimas foram adicionadas por perfis anônimos, com números de telefone de diferentes estados do Brasil, embora a maioria seja do Rio Grande do Norte.
O caso está sendo apurado pelo Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil. Em nota, a instituição informou:
“Estamos acompanhando e apurando os fatos relacionados ao caso. Com o avanço das investigações, novos esclarecimentos serão prestados à sociedade.”
Mães de alunos já registraram boletins de ocorrência e alertaram outras famílias. O crime gerou forte mobilização nas redes sociais e preocupação entre pais, professores e diretores de escolas.
Orientação aos pais
O especialista em computação forense Clézio Azevedo alerta que, ao identificar mensagens suspeitas no celular dos filhos, os pais não devem apagar o conteúdo. A recomendação é que o aparelho seja levado à Delegacia de Combate a Crimes Cibernéticos para que os dados possam ser extraídos corretamente e utilizados na investigação.
A Polícia reforça ainda que casos semelhantes devem ser denunciados imediatamente, e que a preservação das provas digitais é fundamental para a identificação dos envolvidos.