A Prefeitura do Natal propôs aos servidores da saúde um reajuste salarial de 5,47%. A proposta formal foi apresentada nesta segunda-feira 16 durante uma reunião entre representantes do sindicato da categoria (Sindsaúde) e os secretários Brenno Queiroga (Administração), Geraldo Pinho (Saúde) e Marcelo Oliveira (Finanças). A informação é do Agora RN.
Segundo a Prefeitura, os 5,47% correspondem à inflação oficial do País medida pelo IPCA no acumulado do período entre março de 2024 e março de 2025. A proposta da gestão é que o aumento seja implantado para os servidores já na folha de junho.
Em ofício encaminhado ao Sindsaúde, a Prefeitura diz que esta é a proposta possível no momento, considerando que é preciso ter “responsabilidade fiscal, técnica e institucional, a fim de preservar o equilíbrio entre valorização profissional e sustentabilidade das contas públicas”.
Além do reajuste em junho, a Prefeitura propôs abrir uma mesa de negociação em até 60 dias para discutir outras pautas da categoria, como o retroativo do reajuste a março, abril e maio; e pagamento de gratificações e auxílios.
Categoria rejeita proposta
Em assembleia realizada nesta terça-feira, o Sindsaúde rejeitou por unanimidade a proposta da Prefeitura e deflagrou a greve da categoria por tempo indeterminado. Para Humberto Tavares, diretor do sindicato, a proposta da gestão municipal “é um escárnio”. Ele afirma que a categoria cobra 24% de aumento.
“Não aceitamos a proposta da prefeitura, que foi um reajuste de 5,47%. Estamos reivindicando 24%. São 11 anos sem aumento, sem data-base. Não temos RH suficiente nas unidades. As unidades estão sucateadas, e faltam insumos. Falta muita coisa na saúde de Natal para ser saúde”, afirmou Humberto.
O diretor do Sindsaúde afirma que várias categorias aderiram à paralisação neste primeiro dia, como bioquímicos, farmacêuticos, dentistas, enfermeiros, auxiliares, técnicos e até uma parte da equipe do Samu. “E olhe que estamos sofrendo muito assédio e pressão dos diretores para que não aconteça a greve”, enfatiza o diretor.
Segundo o dirigente sindical, a greve “não é só por dinheiro”. “Não é só reivindicando nosso bolso. Na pandemia, fomos heróis sem capa, mas hoje estamos de escanteio, um peso morto. Os governantes nos colocam numa posição de custo, e de custo muito alto”, afirma Humberto Tavares.
Foto: Sindsaúde / Reprodução