Por Hellen Jambor - Jornalista da 96FM
O Rio Grande do Norte está entre os 18 estados brasileiros que apresentam nível de alerta, risco ou alto risco para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com tendência de crescimento. A informação consta no boletim epidemiológico 24 InfoGripe da Fiocruz, com dados atualizados e divulgados na última semana de junho.
De acordo com o levantamento da Fiocruz, as hospitalizações por SRAG em crianças pequenas — associadas ao vírus sincicial respiratório (VSR) — continuam em alta em diversas regiões do país, incluindo o Nordeste. No RN, a presença de casos mais graves coloca o estado entre os que exigem atenção redobrada dos serviços de saúde.
A capital Natal, embora não esteja listada entre as 14 com crescimento contínuo na taxa de SRAG, acompanha a tendência observada na região Nordeste, onde estados como Paraíba, Alagoas, Bahia e Sergipe também aparecem com níveis de alerta elevados.
O boletim aponta ainda que a influenza A segue como a principal causa de internações entre jovens, adultos e idosos, com maior incidência e mortalidade entre os mais velhos. Já o VSR continua sendo o principal responsável pelas internações de crianças com menos de 6 anos, público mais afetado pela doença.
Em 2025, já foram notificados 103.108 casos de SRAG em todo o país, dos quais mais de 52 mil tiveram resultado positivo para algum vírus respiratório. A maior parte desses casos foi causada por vírus sincicial respiratório (45,3%) e influenza A (25,7%). Também foram registrados casos por rinovírus (22,1%) e Sars-CoV-2 (9,1%).
A cobertura vacinal contra a influenza, voltada para os grupos prioritários — como crianças e idosos — ainda é considerada baixa. A Fiocruz reforça que a imunização continua sendo uma das principais formas de evitar agravamentos e internações por síndromes respiratórias. “É muito importante que pessoas dos grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com comorbidades, que ainda não tomaram a vacina, procurem um posto de saúde para se vacinar o quanto antes”, alerta a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz.
Segundo o boletim, o Brasil segue com sinais de crescimento dos casos de SRAG por influenza A e VSR, embora alguns estados já demonstrem início de desaceleração. No entanto, o número de hospitalizações ainda é alto, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Sul. O Rio Grande do Norte segue entre os estados em estado de alerta.