75% dos cigarros comercializados no RN em 2023 foram contrabandeados, aponta Receita Federal

20 de Setembro 2024 - 12h26

Cerca de 75% dos cigarros comercializados no Rio Grande do Norte no ano de 2023 foram contrabandeados. É o que aponta um levantamento da Receita Federal baseado na estimativa da indústria brasileira de cigarros. "São estimativas seguras, com base em pesquisas", garante o delegado da Receita Federal Wyllo Marques.

A informação é do G1 RN. Na quarta-feira (18), uma carga de cerca de 300 caixas de cigarro - que valia mais de R$ 1 milhão - foi apreendida na cidade de Monte Alegre. A operação terminou com um suspeito preso, um outro baleado, além de um agente da Receita Federal e um policial civil também feridos após disparos.

Os cigarros comercializados no estado são contrabandeados do Paraguai, segundo a Receita Federal. E o Rio Grande do Norte, explicou o delegado, faz parte de uma rota internacional do tráfico de cigarros contrabandeados.

De acordo com Wyllo Marques, depois de sair do Paraguai, a carga faz uma rota marítima pelo Oceano Pacífico, passa pelo Canal do Panamá e depois chega ao Suriname. Em seguida, é transportado para vários estados do Nordeste através de embarcações menores para dificultar a fiscalização.

"Notadamente o Rio Grande do Norte faz parte dessa rota porque é um estado com um litoral muito grande e com a quantidade de mangues muito grande, o que facilita o desembarque das embarcações", explicou o delegado da Receita Federal.

De acordo com a Receita Federal, em 2023 no RN houve o consumo de 1,7 bilhão de cigarros contrabandeados. A Receita Federal estima que o comércio desses produtos movimentou R$ 437 milhões, e que o Rio Grande do Norte perdeu R$ 129 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Cerca de 70% do preço do cigarro no Brasil é composto por impostos. No Paraguai, essa tributação é de cerca de 17% e, por isso, explicou o delegado, o país vizinho é o escolhido pelos traficantes para que haja o contrabando do produto.

De acordo com Wyllo Marques, a maior parte desses cigarros que chegam ao Rio Grande do Norte contrabandeados do Paraguai é vendido na periferia.

"Há uma falta de informação muito grande da população, que às vezes sequer sabe que está consumindo o contrabandeado", disse.

"Esse cigarro é vendido basicamente na periferia, ele custa muito abaixo do valor do cigarro do mercado, porque a carga tributária no Paraguai é muito pequena em comparação com a nossa".

 

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