Aluno é vítima de ato antissemita em escola de elite

11 de Março 2024 - 16h42

A Beacon School é uma das escolas bilíngues nas quais estudam os filhos dos ricos em São Paulo. Comparada a instituições similares, como a Graded, a Avenues e o St. Paul’s, a mensalidade pelo período integral é mais barata, cerca de 8 mil reais, ainda assim uma quantia assombrosa para os bolsos da classe média. Essa escola de elite foi palco de um ato antissemita que deveria ser intolerável, não importa qual seja o público pagante.

Um aluno judeu, de 15 anos, recém-ingresso na Beacon, viu-se agredido moral e psicologicamente. O bullying antissemita de seis colegas seus consistiu em fazer desenhos de suásticas para marcar a presença de um judeu na classe e reproduzir o hino da Juventude Hitlerista, para além da derrisão, com a saudação nazista.

A vítima do ato antissemita, profundamente traumatizada, comunicou o que havia ocorrido aos pais, que exigiram explicações e providências da direção da escola. A Beacon, então, suspendeu os alunos agressores por dois dias.

Dois dias de suspensão não configuram punição, mas folga bem-vinda. É como se fosse um prêmio. Um ato antissemita de tal virulência teria de levar à expulsão sumária dos seus perpetradores.

Como, obviamente, o caso repercutiu muito mal entre as famílias que mantêm os filhos na escola, a Beacon decidiu emitir uma nota aos pais, afirmando que “ao tomarmos conhecimento de um caso de manifestações de apologia nazista no ambiente escolar, a direção da da Beacon imediatamente deu início a um processo responsável e cuidadoso de apuração dos fatos. De posse das informações apuradas, consequências foram aplicadas, contemplando sanções e propostas de trabalhos educativos e reparadores”.

Enquanto a Beacon faz o seu “processo responsável e cuidadoso de apuração dos fatos”, o aluno judeu não quer mais voltar a frequentar a escola.

Alunos judeus contaram que são recebidos com saudações nazistas por colegas, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Não há punição para os nazistinhas. No máximo, ocorrem advertências brandas.

Os pais do aluno traumatizado cogitam tomar medidas legais contra os adolescentes que agrediram o filho dele. Se a escola não os pune com a expulsão, quem sabe a Justiça os faça pagar pelo crime.

METRÓPOLES

 

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