O médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva voltou a operar no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A sala de espera na instituição está inclusive ficando cheia de interessados nas intervenções feitas pelo cirurgião estético, que recentemente foi preso acusado de erro médico.
Bolívar já havia voltado a clinicar após deixar a prisão, no final de fevereiro, e pelo menos desde abril, está de volta à sala de cirurgia. A informação foi confirmada pelo advogado do médico, Alexandre Costa, que ressalta que não há.
Procurado, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, confirmou que o médico é alvo de uma sindicância na instituição, mas que segue com seu registro ativo.
“O procedimento em nome do profissional está em andamento e corre em sigilo, seguindo os ritos obrigatórios do Código de Processo Ético-Profissional”.
Consultório cheio
A prisão, o nome no noticiário ligado a erro médico e mesmo a lista de processos movidos por mulheres que se consideram vítimas de cirurgias malsucedidas não representaram nenhum - ou quase nenhum impacto -, na fila de espera para operar com Bolívar.
Frequentemente, a nova assistente do médico avisa a quantidade de vagas que tem para atendimento naquela semana, e adverte que são poucas.
Para a vida do médico voltar ao normal, precisa apenas encerrrar o processo mais ruidoso que teve contra si e que o levou à prisão por sete meses.
Trata-se da ação movida pela dona de casa Daiana Chaves, de 37 anos, que ficou internada por quatro meses após passar por procedimentos com Bolívar.
Inicialmente, Bolívar foi acusado de homicídio tentado, mas, após audiências do caso, o Ministério Público pediu a retirada do crime da denúncia, e que o juiz do caso tipificasse a ação penal praticada bom Bolívar.
O pedido abre brecha para que Bolívar seja absolvido, pedido que sua defesa já manifestou.
O caso
O caso de Daiana Chaves Cavalcanti veio à tona depois dela começar a denunciar publicamente que era mantida em cárcere privado na Clínica Santa Branca, de propriedade do médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva.
No dia 3 de maio, ela realizou intervenção cirúrgica para fins estéticos nas nádegas, costas e abdômen. Teve complicações, voltou à Santa Branca e fez novo procedimento, uma abdominoplastia para corrigir problemas da primeira cirurgia, e também realizar uma mamoplastia - cirurgia que reduz as mamas e as reposiciona.
O quadro de saúde de Daiana piorou, e ela passou a pedir transferência, inclusive na Justiça, o que não foi atendido pela clínica, nem por Bolívar.
Bolívar Guerrero Silva foi preso no dia 18 de julho, quando estava dentro do centro cirúrgico da Clínica Santa Branca, por não cumprir a ordem judicial de transferir Daiana. Ele tentou alguns relaxamentos de prisão, mas a Justiça não concedeu. Ele só saiu da prisão no em fevereiro deste ano.
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