Amazonas alertou Governo Lula em abril sobre “desastre generalizado de seca”

17 de Setembro 2024 - 15h03

O governo do Amazonas encaminhou, em 3 de abril deste ano, uma carta ao Ministério do Meio Ambiente na qual alerta sobre o risco de uma longa estiagem. O estado já contabilizou 19.478 focos de incêndio desde o início de 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Importantes alterações climáticas vêm se apresentando de forma recorrente no planeta, acarretando elevados impactos socioambientais. Estratégias de gestão de risco, bem como de gerenciamento de desastres, devem ser aprimoradas e implementadas buscando reduzir esses acentuados impactos decorrentes dos extremos climáticos”, diz o documento assinado pelo governador Wilson Lima (União Brasil).

O texto destaca que o estado é bastante vascularizado por rios, igarapés e lagos, sujeitos a eventos naturais adversos.

“Dada as dimensões territoriais do Amazonas, a dinâmica de cheia e vazante dos rios não permite uma precisa definição geral do momento em que o estado muda de estação”, destaca.

O alerta mais enfático, no entanto, aparece no seguinte paragráfo:

“Chamamos atenção à vazante deste ano que possivelmente será bastante acentuada e poderá acarretar um desastre generalizado de estiagem/seca em muitos municípios do estado. A preocupação acima é fundamentada nas observações e monitoramento dos grandes centros nacionais e internacionais que, dentre outros fatores, tem-se o estabelecimento comprovado do fenômeno El Ninio”, argumenta Wilson Lima.

Diante do cenário exposto, o governador pediu recursos financeiros e apoio como cestas básicas, galões de água, caixas d’água, poços artesianos, purificadores de água, kits de limpeza e higiene, recargas de gás liquefeito de petróleo, além de apoio logístico para transporte de material e aluguel de galpões.

O governo do Amazonas afirmou, no entanto, que apenas parte da demanda foi atendida. A lista inclui cestas básicas para pescadores (Ministério do Desenvolvimento Social), 150 purificadores de água (Ministério de Integração e Desenvolvimento Regional), ⁠67 brigadistas da Força Nacional (Ministério da Justiça), recursos para diárias para equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (Ministério da Justiça) e 110 brigadistas (Ministério do Meio Ambiente).

Procurado, o Secretário Extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima, disse à CNN que o governo federal não disponibiliza equipamentos para estados e municípios.

O secretário ressaltou que é preciso que os estados “com seus recursos próprios” priorizem as ações.

CNN

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