Anderson Torres deixa PF após mais de duas horas de depoimento sobre suposta interferência na PRF
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres deixou a Polícia Federal após depor sobre a suposta interferência na Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022.
O ex-ministro chegou à sede da PF por volta das 13h30, mas segundo o R7 apurou, o depoimento começou por volta das 14h30.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, foi quem determinou a oitiva. Segundo fontes da PF ouvidas pela reportagem, o ex-ministro se dispôs a falar mais neste depoimento.
O depoimento faz parte de um inquérito sobre uma viagem do ex-ministro às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, que teria sido realizada a fim de pedir o "apoio" da PF e da PRF para interferir no fluxo de eleitores.
A ação do então ministro da Justiça do governo Bolsonaro teria o objetivo de atrasar eleitores da Bahia no dia da votação. O pedido à PRF teria sido feito depois da produção de um relatório que detalhava os locais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais votos no primeiro turno.
Em nota, a defesa de Torres disse que o ex-ministro abriu mão de seu direito constitucional ao silêncio e respondeu todos os questionamentos formulados. Ainda de acordo com a defesa, Torres "mantém a postura de cooperar com as investigações, uma vez que é o principal interessado no rápido esclarecimento dos fatos e acredita que a verdade prevalecerá."
O depoimento estava marcado para a semana passada, mas a corporação o adiou após um pedido da defesa de Torres, que alegou "estado de saúde delicado".
Na terça-feira (2), o Supremo recebeu laudo elaborado pela Gerência de Serviços de Atenção Primária Prisional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal que afirma que o ex-ministro está em "bom estado geral, consciente, atento e colaborativo".
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