Bomba: Calote da 123Milhas revolta clientes ao suspender passagens promocionais já compradas
Depois do colapso da Hurb, os turistas brasileiros enfrentam agora dor de cabeça com outra startup de viagens. A 123Milhas revoltou milhares de clientes nesta sexta-feira ao anunciar que não emitirá passagens já compradas de uma linha promocional com embarques programados entre setembro e dezembro deste ano.
O cancelamento atinge passagens vendidas nos pacotes PROMO, com preços muito abaixo dos praticados no mercado e datas flexíveis de embarque. O modelo é o mesmo que costumava ser oferecido pela Hurb, que deixou milhares de passageiros na mão e foi proibida pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) de vender pacotes flexíveis.
“Devido à persistência de circunstâncias de mercado adversas, alheias à nossa vontade, a linha PROMO foi suspensa temporariamente e não emitiremos as passagens com embarque previsto de setembro a dezembro de 2023”, disse a companhia em comunicado.
O relato indica que a 123Milhas enfrenta descasamento financeiro semelhante ao que atingiu a Hurb, que acelerou a venda de pacotes flexíveis na pandemia a preços baixos e foi surpreendida pela rápida retomada do turismo e por valores ainda mais altos que os praticados no pré-Covid. Na hora de a Hurb comprar efetivamente as passagens junto às companhias aéreas, os bilhetes custavam muito mais do que a startup havia cobrado dos clientes.
De acordo com a 123Milhas, passagens já emitidas não serão canceladas. Mas clientes que ainda não receberam seus localizadores não irão viajar.
“Estamos devolvendo integralmente os valores pagos pelos clientes, em vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI, acima da inflação e dos juros de mercado, para compra de quaisquer passagens, hotéis e pacotes na 123milhas”, promete a empresa, acrescentando:
“Nós entendemos que essa mudança é inesperada e lamentamos o inconveniente que isso possa causar. Para nós, manter a sua confiança é o mais importante. Por isso, estamos fazendo o possível para minimizar as consequências deste imprevisto.”
Capital - O Globo e Gustavo Negreiros
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