Brasileiro fugitivo foi preso nos EUA graças a cão com nome inspirado em filme famoso

14 de Setembro 2023 - 11h56

Momentos depois de autoridades policiais avistarem a cabeça do assassino condenado Danilo Cavalcante, 34, espiando por entre uma vegetação rasteira, eles libertaram um cão policial que o mordeu e o deteve, levando à sua prisão quase duas semanas depois de ele ter escapado da prisão, disseram autoridades.

O cachorro, um macho belga Malinois de 4 anos chamado Yoda, pertencia a uma das duas equipes táticas que se moveram para capturar Cavalcante na quarta-feira (13) em uma área arborizada da Pensilvânia, nos Estados Unidos, encerrando uma caçada que atraiu centenas de policiais ao local, sem nenhum tiro disparado durante a prisão.

Yoda foi uma força significativa na captura, impedindo Cavalcante de usar um rifle roubado que estava ao seu alcance, disse o tenente-coronel George Bivens, da Polícia Estadual, durante uma entrevista coletiva na quarta-feira (13).

“Ele foi essencial no que diz respeito ao rastreamento e busca, assim como vários outros K-9 que estavam aqui”, disse Robert Clark, vice-marechal supervisor dos EUA para o distrito leste da Pensilvânia, à CNN na quarta. “Todos esses K-9 foram utilizados por diferentes equipes táticas da área e eram recursos simplesmente incríveis”.

Cavalcante escapou da prisão do condado de Chester em 31 de agosto, deixando a população tomada pelo medo, tendo sido avistado inúmeras vezes.

O jovem de 34 anos foi condenado no mês passado pelo assassinato de sua ex-namorada, Deborah Brandão, realizado em 2021. Ele também é procurado em um caso de homicídio de 2017 no Brasil.

Cavalcante foi capturado no condado de Chester, cercado por pelo menos 20 policiais, disse Bivens. Yoda se juntou à busca da Unidade Tática de Patrulha de Fronteira dos EUA estacionada em Michigan, disse Clark à CNN.

As autoridades dizem que demorou cerca de cinco minutos desde que as autoridades começaram a intervir para prender Cavalcante, com a ajuda de Yoda.

O fugitivo estava dormindo quando a polícia o localizou, deitado em cima de um rifle que ele havia roubado de um morador próximo na noite de segunda-feira (11). Os policiais pegaram Cavalcante de surpresa, e ele tentou fugir rastejando pela vegetação rasteira com o rifle roubado na mão, disse Bivens.

As equipes táticas tomaram a decisão de soltar Yoda – sabendo que Cavalcante estava armado – antes de passar a missão para a força letal, segundo Clark.

Apenas o topo da cabeça de Cavalcante estava visível aos policiais quando Yoda se aproximou dele, disse Clark.

Yoda é um cão policial que “morde e segura”, disse Clark, treinado para segurar um indivíduo até receber ordem para soltá-lo. O cachorro mordeu Cavalcante no couro cabeludo e depois mordeu-o novamente na “área dos membros inferiores” para mantê-lo no chão, disse Clark.

“Quando o cachorro chegou até ele, ele caiu com o cachorro em cima dele – o cachorro conseguiu detê-lo lá”, disse Bivens. “Disseram-me que o rifle estava ao alcance do braço”.

Cavalcante então “continuou a resistir” e foi “detido à força” pelos policiais, disse Bivens.

Os cães policiais desempenham “um papel muito importante” no rastreamento e captura segura de um indivíduo, disse Bivens durante a entrevista coletiva.

“É muito melhor podermos libertar um cão patrulha como este e fazê-lo subjugar o indivíduo do que usar força letal”, disse.

É prática padrão que os K-9 se movam primeiro, indo rápida e diretamente até um suspeito sob comando, explicou à CNN.

Os cães são treinados para pegar uma pessoa “desprevenida” para evitar que ela escape ou use qualquer arma nas proximidades. Seu treinamento concede aos policiais alguns segundos extras para abordar o suspeito e prendê-lo sem força letal, acrescentou.

“Eles não ficam apenas mordendo e soltando ou tentando causar ferimentos adicionais”, disse Bivens, referindo-se à forma como os cães K-9 são treinados.

“Eles simplesmente agarram e tentam manter a pessoa no lugar até que os policiais possam chegar lá”, acrescentou, observando que os cães policiais não devem ser soltos à distância ou sem supervisão.

“Há policiais por perto que podem então se mover, o condutor pode puxar imediatamente o cão de volta e, então, os policiais assumem o controle a partir daí”.

 

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