O inquérito sobre o atropelamento de Kayky Brito, na Praia da Barra da Tijuca, no último dia 2, foi encerrado pela Polícia Civil e não haverá indiciamentos. O delegado Ângelo Lages, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), vai pedir ao Ministério Público que aquive o caso.
O responsável pelas investigações conversou com o G1 e afirmou que, assim como o motorista Diones Coelho da Silva, que foi inocentado, Bruno de Luca também não vai responder por omissão de socorro.
“O motorista, ao se envolver em um atropelamento, tem o dever legal de pedir socorro. Além disso, a partir do momento em que alguém presta socorro, qualquer outra pessoa que estivesse naquela cena fica isento de qualquer tipo de responsabilidade”, esclareceu.
O delegado ainda continuou: “Se a gente fosse pensar em indiciar o Bruno de Luca, também a gente deveria indiciar as pessoas que estavam no quiosque, a própria passageira e outras pessoas que estavam no local. Então, a partir do momento que uma pessoa solicitou socorro, todos os demais que estão ali ficam isentos de responsabilidade”, declarou.
Dentro do limite de velocidade
O motorista de aplicativo que atropelou o ator Kayky Brito não estava em alta velocidade e, por isso, não cometeu nenhum crime. A afirmação é do laudo da Polícia Civil, revelado pela TV Globo, que constatou que Diones Coelho da Silva trafegava abaixo do limite permitido na orla da Praia da Barra, onde aconteceu o acidente.
Segundo o relatório final da 16ª DP (Barra da Tijuca), o veículo estava a uma média de 48 km/h no momento em que o ator foi atingido. Naquele trecho da Avenida Lúcio Costa, altura do Posto 6, a permissão de velocidade é de até 70 km/h.
De acordo com o G1, o delegado Ângelo Lages determinou que o condutor não responderá por nenhum crime, pois estava dentro do limite de velocidade, não consumiu bebida alcoólica ou outra substância, estava atento ao volante e prestou socorro à vítima.
“Ele ainda realizou ações para evitar a colisão, apesar da escassez temporal para reação e frenagem. Entendemos que todos os elementos colhidos em depoimentos, laudos e vídeos, além da atitude de socorrer a vítima, isentam o motorista de qualquer responsabilidade”, afirmou ele ao portal.
Detalhes do laudo
O G1 detalhou que o Instituto Criminalista Carlos Éboli (ICCE) constatou que Diones estava a menos de 10 metros e a 0,73 segundo de distância de Kayky Brito quando o ator resolveu atravessar a via correndo e saindo de trás de outro veículo.
Os peritos revelaram que a distância inicial entre condutor e pedestre deveria ser de mais de 26 metros — mais do que o dobro — para que se conseguisse evitar o atropelamento.
“O laudo é esclarecedor e não restam dúvidas. A distância entre carro e vítima no instante em que ele inicia a travessia, mesmo a uma velocidade abaixo da permitida, era insuficiente para que o motorista percebesse, reagisse e parasse o veículo sem impacto”, atestaram os especialistas.
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