Cientistas da UFRN encontram pegadas de dinossauro de 125 milhões de anos

23 de Agosto 2024 - 15h33

Um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) descobriu um conjunto único de pegadas de dinossauro na região de Sousa, na Paraíba, na bacia do Rio do Peixe. O gigante que caminhou pelo local viveu há pelo menos 125 milhões de anos, e pertencia ao grupo dos Titanosauriformes, também chamados de pescoçudos.

A descoberta começou em 2022, quando estudantes de Geologia da UFRN encontraram marcas que pareciam ser de um grande dinossauro As pegadas estão em um local conhecido como “Vale dos dinossauros”, no oeste da Paraíba. Então, a professora de Paleontologia Aline Ghilardi passou a estudar o local, e confirmou a descoberta.

As descobertas foram publicadas na revista Historical Biology e revelam que o pescoçudo viveu na região há mais de 125 milhões de anos. Foram descobertas sete pegadas de cerca de 70 centímetros de diâmetro que o animal deixou para trás. Além delas, também foram descritas outras cinco pistas de animais pré-históricos ainda não identificados.

O conjunto de pegadas pertencente ao pescoçudo inaugura um novo iconogênero e uma nova iconespécie, a Sousatitanosauripus robsoni. Os paleontólogos chamam de iconofósseis as marcas preservadas que não são parte do corpo do ser vivo propriamente, como as pegadas. O nome escolhido faz uma homenagem a Robson Araújo Marques, que era conhecido como “o velho do rio” ou o grande “guardião do Vale dos Dinossauros”.

De acordo com as estimativas, o animal que produziu as pegadas tinha cerca de 3,3, metros de altura até o quadril, entre 12 e 15 metros de comprimento, além de pescoço e cauda longos.

Em relação às características das pegadas, os pesquisadores descobriram que o animal não tinha garras nas “mãos”, que o espaço entre as patas de lados opostos era estreito e que há diferença de tamanho entre as pegadas das “mãos” e dos “pés”.

Com esses resultados, entende-se que o animal que produziu as pegadas provavelmente fez parte de um momento intermediário na evolução dos Titanosauriformes. 

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