Cirurgias pediátricas e adultas de emergências suspensas em Natal por falta de pagamento

22 de Dezembro 2021 - 12h20

Pelo menos 30 crianças com problemas como cardiopatia aguardam cirurgias decisivas e devem esperar ainda mais em razão do impasse gerado pela falta de pagamento a prestadores de serviços que realizam cirurgias eletivas pelo SUS. A informação é do Blog do Dina. 

Em novembro, a crise já havia sido deflagrada em razão da falta de pagamentos por parte do Estado e do Município de Natal. Com a secretaria estadual de Saúde quitando sua parte, algumas cirurgias foram retomadas. O município fechou acordo para quitar sua parte, mas médicos e hospitais reclamam que até agora não receberam, e a crise recomeçou.

Conforme o Blog do Dina apurou junto à regulação que enfileira a ordem de cirurgias das crianças, muitos dos pais não sabem da situação e acreditam que a demora se deve por questões habituais.

No relato obtido pelo blog, por exemplo, há pais acompanhando filhos em internação no Onofre Lopes acreditando que a criança será chamada para cirurgia no coração a qualquer momento, mas isso não irá acontecer em razão da suspensão do serviço, desconhecida por eles.

Atualmente, os procedimentos mais afetados são aqueles que envolvem cardiopatia. Já os prestadores de serviços envolvidos na questão são, pelo menos, os seguintes: Incor, Hospital do Coração e Prontoclínica Paulo Gurgel, Hospital Memorial.

Urgência

A suspensão dos serviços cardiológicos também afetam o atendimento de adultos. Uma importante iniciativa implementada pelo secretário de saúde, George Antunes, durante a pandemia, está suspensa.

No projeto implementado, a ideia era retirar os pacientes infartados das UPAs. Nesse modelo, quem precisasse de atendimento cardiológico de urgência, era logo socorrido e transferido a uma unidade privada conveniada, deixando as UPAs liberadas para pacientes covid.

Com a suspensão dos serviços, nem as UPAs atendem esses pacientes nem os hospitais.

Reunião

Em contato com o Blog do Dina, o secretário municipal de Saúde, George Antunes, anunciou medidas para sanar a crise e contestou alguns pontos a respeito do tema.

Como medida prática, todavia, ele anunciou uma reunião com os prestadores de serviço ainda nesta terça-feira para encaminhar um pagamento de mais de R$ 5 milhões. Ele explicou que esse valor se refere a uma primeira parcela de mais de R$ 70 milhões.

Com o pagamento sendo encaminhado, ele espera que as coisas voltem à normalidade. Antunes explicou ainda que parte da crise que está acontecendo decorre da falta de pagamento do Estado do Rio Grande do Norte à Prefeitura do Natal.

“Acontece que o Estado nos deve recursos de saúde e com os quais pagaríamos esses prestadores. E o estado simplesmente diz que não vai pagar, mas nós vamos. Vou arrumar dinheiro de outra fonte. Mas vai ser pago”, garantiu George Antunes.

MP

Ao Blog do Dina, uma das promotoras que monitora o assunto, Iara Pinheiro, da Promotoria de Defesa da Saúde, informou que recente audiência foi feita com as partes envolvidas nesse assunto.

Como o órgão está de recesso, no entanto, os desdobramentos judiciais do caso seguem imprevisíveis.

 

 

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