Eleições na Argentina: jovens vivenciam eleição mais acirrada em uma geração
O jovem argentino Tomas Kremenchuzky está se preparando para votar pela primeira vez em uma eleição presidencial que promete ser, não somente para ele, mas para milhares de outros jovens, a disputa mais acirrada da história da Argentina, na qual o candidato favorito ameaça derrubar o modelo de governança e econômico do país.
Kremenchuzky, apelidado de “Toto”, tem 17 anos e o direito de voto garantindo pela constituição da Argentina, já que o país permite que jovens com idade a partir de 16 anos participem das votações.
No entanto, não somente esse fato chama a atenção: Muitos jovens argentinos lutam para encontrar oportunidades em um país no qual o custo de vida é alto e a inflação passa de três dígitos.
E é nesse cenário de dificuldade econômica que Javier Milei alavanca sua popularidade, uma vez que se vende ao eleitorado argentino como um radical que vai fazer grandes mudanças pelo seu país, a começar por “explodir” o Banco Central argentino, limitar a atuação do Estado e dolarizar a economia do país.
Em uma votação primária aberta em agosto, Toto votou na conservadora Patricia Bullrich – escolha que ele atribui à influência dos seus pais – mas diz que poderia mudar o seu voto em outubro para Milei se o libertário — corrente que defende a liberdade como absoluta e que pregam uma descrença no poder do Estado — o convencesse nos debates eleitorais.
“Milei propõe algo diferente, que mais tarde na prática pode acabar sendo muito bom – ou muito ruim”, disse Toto.
Rocio Pozzetti, de 16 anos, que frequenta uma escola pública de artes, teme que Milei desfaça as redes de segurança social, atingindo duramente os mais pobres. Ela está votando no candidato do partido governista peronista, Sergio Massa, apesar da turbulência econômica que ele supervisionou como ministro da Economia.
“Massa é o único candidato que representa os meus ideais e pode construir um país melhor, com justiça social”, disse Pozzetti. “É preocupante que as pessoas apoiem Milei.”
Todos os jovens eleitores disseram que se preocupam com as opiniões socialmente conservadoras de Milei, incluindo a sua forte posição antiaborto. O procedimento foi legalizado na Argentina no final de 2020 e seria difícil de reverter.
CNN
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