Empréstimos para compra da casa própria ultrapassam R$ 150 bi e batem recorde em 2021
As concessões de novos empréstimos para a compra da casa própria por pessoas físicas bateram recorde neste ano ao somar R$ 152,8 bilhões de janeiro a outubro, segundo informações do Banco Central.
O valor supera os R$ 134,8 bilhões registrados em todo ano de 2014, recorde anterior (a série histórica do BC começou em março de 2011). Em 2020, as concessões para pessoas físicas totalizaram R$ 128,7 bilhões.
Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), 2021 foi o ano do mercado imobiliário.
Segundo ele, o primeiro e segundo trimestres deste ano foram "excelentes" em vendas. Mas acrescentou que, a partir do terceiro trimestre, já pôde ser observada uma queda nas aquisições de imóveis.
De acordo com o Banco Central, a redução da taxa básica de juros, no ano passado, contribuiu para estimular o "significativo crescimento das operações de financiamento imobiliário, tanto pela ampliação da quantidade de famílias aptas a contratar os empréstimos". A Selic chegou a 2% ao ano, menor patamar da história, mas voltou a subir em 2021.
Para Cristiane Portella, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), além da queda do juro para financiamento imobiliário, a redução dos preços dos imóveis e o aumento da procura — consequência da pandemia da Covid-19 — também impulsionaram as vendas de imóveis e, consequentemente, a busca por financiamento nos últimos anos.
"Os preços dos imóveis tiveram retomada importante, mas ainda estão em patamares atrativos quando a gente atualiza pelo IPCA [inflação] desde 2014. E houve uma valorização maior da casa própria em tempos de pandemia, seja para trabalhar ou por lazer. O espaço ganhou uma importância maior. Outras indústrias, como móveis e decoração, também cresceram", afirmou Portella.
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