Farei todo e qualquer sacrifício para ajudar a Argentina, diz Lula após reunião com Fernández
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do Brasil, e Alberto Fernández, da Argentina, se encontraram nesta terça-feira (2) em Brasília. Em declaração conjunta após a reunião bilateral, que durou cerca de quatro horas, o chefe de Estado brasileiro afirmou que fará “todo sacrifício” para ajudar o país vizinho.
“Do ponto de vista politico, me comprometi que vou fazer todo e qualquer sacrifício para que a gente possa ajudar a Argentina nesse momento difícil”, disse.
“Eu e meu governo estamos solidários à luta que o governo argentino, do nosso amigo Alberto Fernández, faz com relação à situação econômica dentro da Argentina, agravada por uma seca que causou muito prejuízo às exportações”, pontuou.
Lula também destacou que pretende, através do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), conversar com o FMI para “tirar a faca do pescoço da Argentina”.
O petista ressaltou que as conversas com os Brics continuarão, devendo, inclusive, enviar Haddad à China para discutir a situação com outros ministros da Fazenda do grupo.
“Não queremos nem que eles emprestem dinheiro para a Argentina. O que queremos é que eles nos deem garantias, que aí facilita muito a relação do Brasil com a Argentina”, explicou.
Lula destacou que é preciso ajudar os empresários brasileiros que exportam para o país vizinho, possivelmente financiando essas exportações. A informação sobre conversas para a criação de uma linha de crédito foi confirmada à CNN nesta segunda-feira (1°) pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.
“Quando a gente fala de encontrar uma saída para a Argentina, estamos falando da América do Sul, estamos falando do Mercosul, estamos falando do mais importante parceiro comercial do Brasil”, complementou o brasileiro.
Alberto Fernandéz, por sua vez, agradeceu o apoio e classificou a reunião desta terça como sendo de “alto nível”. Ele avaliou que é necessário fazer o “dever de casa” e que quer que o Brasil recupere esse mercado.
Também está convencido, assim como o brasileiro, que é necessário fortalecer a América Latina.
Crise e retirada de disputa para reeleição
A Argentina enfrenta alta na inflação, com o índice chegando a 104,3% em março, na comparação anual. Em comparação com fevereiro, os preços estavam 7,7% maiores.
O dado colocou o país no topo do ranking dos maiores índices de inflação entre os membros do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
No final de abril, Fernández anunciou que não tentará se reeleger nas eleições gerais que serão realizadas na Argentina em outubro deste ano. Ele é um dos líderes mais próximos de Lula, tendo comemorado sua eleição no ano passado. Foi também o primeiro líder a se encontrar com o brasileiro após seu retorno ao poder.
Por CNN.
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