Google troca palavra “coroação” por “corrupção” ao ser pesquisada junto ao nome de Lula
O Partido dos Trabalhadores enviou neste domingo uma notificação extrajudicial ao buscador Google após internautas identificarem na última sexta-feira que ao pesquisarem o nome do presidente Lula (PT) junto à palavra “coroação”, a ferramenta sugeria: “Você quis dizer Lula corrupção?”. Ao mesmo tempo, ao correlacionar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao mesmo termo, a plataforma fazia uma sugestão diferente: “você quis dizer Bolsonaro coração?”.
De acordo com o ofício assinado pela presidente do partido Gleisi Hoffmann, a sigla pede explicações pela “associação ilógica” e alega que o buscador agiu sem transparência. O partido afirma que a associação configura “abuso de poder econômico e violação do direito de livre consciência dos cidadãos brasileiros“.
“A Notificada (Google) está valendo-se do seu poder econômico e quase monopólio virtual para manipular a opinião pública em favor dos seus interesses privados, violando o art. 5º, inciso VI, da Constituição Federal“, diz trecho.
O partido menciona ainda posicionamento do Google em relação ao PL das Fake News. Na última segunda-feira, criadores de conteúdo e usuários nas redes sociais também indicaram que a Google tinha incluído mensagens contrárias ao projeto na sua página inicial, em comunicados direcionados a produtores de conteúdo e por meio de anúncios em outras plataformas, como o Spotify.
“Há menos de uma semana a notificada utilizou seu poder econômico e sua posição de importante plataforma de pesquisas, para, irregularmente, manipular a opinião pública contra um projeto de lei no Congresso Nacional – a notificada buscou interferir na soberania nacional para fazer prevalecer seus interesses privados“.
Procurado pelo GLOBO na última sexta-feira, o Google Brasil enviou a seguinte nota: “Nossos sistemas automatizados não levam em conta ideologia política em seu funcionamento. Embora este seja um recurso gerado automaticamente, temos políticas que se aplicam e estamos tomando medidas para resolver o problema“.
O Globo
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