Os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento anunciaram nesta sexta-feira (22/3) bloqueio de R$ 2,9 bilhões no Orçamento da União. A restrição dos gastos tem como objetivo evitar o estouro do limite das despesas, fixadas no arcabouço fiscal, aprovado no ano passado.
O bloqueio terá com alvo os gastos livres dos ministérios – as despesas que não são obrigatórias. Assim, sofrerão limites de investimentos e custeio da máquina pública. O detalhamento sobre as áreas que serão atingidas pela restrição será divulgado até o fim deste mês.
Na primeira avaliação das receitas e despesas federais deste ano, apresentada pelo Ministério do Planejamento, o governo federal registrou saldo negativo de R$ 9,3 bilhões no primeiro bimestre de 2024, o equivalente a 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O número está dentro da margem de tolerância de 0,25 ponto porcentual do PIB fixada no arcabouço, que permite déficit de até R$ 28,8 bilhões.
De acordo com a pasta do Planejamento, o valor bloqueado de R$ 2,9 bilhões representa apenas 1,42% do total das despesas discricionárias do Executivo e equivale a 0,14% do limite total de despesas do Orçamento deste ano.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê déficit zero das contas públicas neste ano. O mercado, contudo, projeta rombo de cerca de R$ 80 bilhões para 2024.
Em 2023, o governo federal registrou déficit primário, que não considera as despesas com juros, de R$ 230,5 bilhões. Esse foi o segundo pior resultado da série histórica.
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