Israel suspende vistos para funcionários da ONU em reação a comentários de Guterres
Israel suspenderá os vistos para funcionários da ONU após comentários feitos pelo secretário-geral, António Guterres, sobre a crise no Oriente Médio, disse o embaixador do país nesta quarta-feira (25).
Entre as suas observações de terça-feira ao Conselho de Segurança, Guterres disse que os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro “não aconteceram no vácuo”.
“Como resultado disso, recusaremos vistos aos representantes da ONU”, disse o embaixador Gilad Erdan à Rádio do Exército Israelense na quarta-feira.
Israel já rejeitou um pedido de visto do subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths.
“É hora de lhes ensinarmos uma lição”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores palestino disse que as críticas de Israel a Guterres eram “injustificadas” e representavam uma “falta de respeito e conformidade praticada pelo Estado ocupante contra as Nações Unidas”.
Griffiths, o Coordenador de Ajuda de Emergência da ONU, tem sido inequívoco no seu apelo para ajudar os civis palestinos em Gaza.
“Reitero o apelo do Secretário-Geral a um cessar-fogo humanitário imediato para aliviar o épico sofrimento humano em Gaza”, escreveu em suas redes sociais na terça-feira (24).
“Se quisermos evitar qualquer queda nesta catástrofe humanitária, o diálogo deve continuar”, acrescentou.
Segundo informou a CNN, Guterres disse que o ataque do Hamas ao sul de Israel ocorreu em meio a anos de “ocupação sufocante” sofrida pelos palestinos nas mãos das forças israelenses.
Eles “viram suas terras constantemente devoradas por assentamentos e atormentadas pela violência”, acrescentou.
O Hamas invadiu partes do sul de Israel no início deste mês, matando pelo menos 1.400 pessoas e sequestrando mais de 200, segundo as autoridades israelenses.
Representou o ataque mais mortífero perpetrado por militantes nos 75 anos de história de Israel e representou uma impressionante falha de inteligência por parte das autoridades israelitas. Desde então, os ataques israelitas mataram mais de 5.000 pessoas em Gaza, incluindo 2.055 crianças, segundo o Ministério da Saúde palestino.
O feroz bombardeamento de Israel e o bloqueio total do enclave palestiniano arrasaram bairros inteiros, esgotaram o sistema de saúde e puseram em perigo a vida de civis que enfrentam grave desidratação e fome.
A “punição coletiva” de Israel aos civis de Gaza equivale a um crime de guerra, afirmou a Anistia Internacional.
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