Jogadores foram alvos de esquema milionário de fraude no FGTS

03 de Junho 2024 - 08h22

A Polícia Federal descobriu que a quadrilha que aplicava o golpe do FGTS contra jogadores de futebol que atuam no Brasil fez mais vítimas do que o peruano Paolo Guerrero, que já defendeu Corinthians, Flamengo e Internacional. Pelo menos outros cinco atletas foram alvo do grupo, que age pelo menos desde 2014.

Guerrero foi a primeira vítima conhecida do esquema fraudulento, mas a PF apurou que os jogadores Ramires, João Rojas, Maikon Leite, Elano e Christian Cueva também sofreram desvios milionários. A informação foi divulgada pelo programa Fantástico, da TV Globo.

O golpe consiste em buscar atletas que se desligaram de clubes. Depois, com documentos e assinaturas falsos, os fraudadores acessam os dados do FGTS, abrem uma nova conta em nome do jogador e transferem os valores para contas de laranjas.

Investigações realizadas no âmbito da Operação Fake Agents apontaram que Guerrero teve cerca de R$ 2,3 milhões transferidos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para uma conta aberta ilegalmente em seu nome em um banco privado.

A transferência aconteceu em maio de 2022 em uma agência bancária no Bom Retiro, região central de São Paulo. Na ocasião, o jogador peruano estava nos Estados Unidos em tratamento médico para uma lesão no joelho.

Ao tomar conhecimento do golpe, Guerrero enviou uma carta à Caixa Econômica Federal afirmando que não reconhecia a conta aberta e nem as transferências. Ele pediu o estorno dos valores, o que só ocorreu seis meses depois.

A PF descobriu que a quadrilha teve acesso a documentos verdadeiros de Guerrero para abrir uma conta e, assim, receber os valores transferidos da Caixa. Segundo o Fantástico, a nova conta foi aberta com o rosto de Sérgio Rogério Melo da Costa (imagem à esquerda na foto de destaque) no sistema de reconhecimento facial. As fotos não foram comparadas com as da biometria oficial do jogador.

Quem é investigado
A reportagem mostra que, além de Sérgio Costa, o dinheiro da conta teria ido para outras pessoas, caso de Gustavo Gonçalves de Barros, sócio de uma empresa de marketing esportivo, que recebeu R$ 402,7 mil. Outro sócio seria Fernando Costa de Almeida, empresário do ramo do futebol. Uma funcionária da Caixa também é suspeita de participar do esquema. O pai de um terceiro sócio também é investigado.

De acordo com as investigações, a quadrilha praticou o golpe contra jogadores brasileiros entre 2014 e 2017. Depois disso, o alvo seriam apenas os atletas estrangeiros, que não têm conhecimento sobre o benefício do FGTS.

A Caixa e a PF informaram que os casos são investigados em sigilo. Com informações de Metrópoles.

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