O Potyguar Seridoense está na final do Campeonato Sub-20. No seu elenco garotos que não foram aproveitados por América, ABC, Parnamirim, Visão Celeste e outros. Isso sempre aconteceu, muitas vezes até sem culpa dos treinadores e observadores e conto minha história pessoal, que deve ter sido igual a de muitos outros que estão atuando em outras equipe.
Em 1977, já juvenil, naquela época não tinha as categorias menores, fui treinar no "peneirão" do ABC. Uns duzentos meninos em Morro Branco. Cheguei e já me assustei com a quantidade de gente. Calcei meu kichute meio a contragosto, desesperançado e com razão. Maranhão, treinador e seu auxiliar, não lembro quem era, ia formando os pacotes e mandando a campo.
Treinou um grupo, correu outro e nada. Quase desistindo, lá vem o professor para o lado que estava minha turma. "Vocês aí!", gritou com voz de milico, "aqui"! E todo mundo correu. Ele formou onze, nem perguntou a posição e mandou entrar aquele bando em campo. Bola pra lá, bola pra cá, e eu sem nem pegar na redonda. De repente, cinco minutos de nosso corre-corre perdido, o apito, fim de treino. Diabo é isso?
Fiquei puto demais. Amaldiçoei o treinador, o cara do grito de milico e fui embora prometendo nunca mais voltar lamentando o dinheirinho da condução jogado fora. O povo, alguns me conheciam do futsal do América, do Indepedente da Cidade Alta, das peladas do Campo do Força e Luz e fui convencido a "fazer a carteira" no time de Ranilson Cristino que eu só conhecia de ver ele lá no mesmo campo de treino, ele já era o faz tudo do time elétrico. Lá nem precisava treinar, depois jogava.
Fui para o Forcinha, que foi meu primeiro time profissional, mas ainda sofri um bocado, depois em conto o resto dessa história. Na verdade, reconto.
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