Levando em conta que o chocolate pode agir dessas diversas maneiras em pessoas que já têm enxaqueca diagnosticada ou contam com um histórico familiar da doença, fica a dúvida: essa parcela da população pode ou não comer chocolate neste domingo?
A resposta é simples: pode.
"Quem tem enxaqueca não precisa deixar de comer chocolate na Páscoa, mas comer de forma equilibrada. Sem exageros", orienta médico Marcelo Ciciarelli, coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da ABN (Academia Brasileira de Neurologia).
Em conjunto a esse consumo consciente, a pessoa deve se manter bem hidratada – quando o açúcar passa para a corrente sanguínea as células perdem água. Além desse hábito, manter atividade física regular, sono de qualidade e dieta saudável são pontos fundamentais em todos os dias do ano.
Especialmente no âmbito da alimentação, o recomendado é comer algo a cada três horas. Um pedaço de chocolate, por exemplo, pode estar no cardápio. Isso porque o chocolate não desencadeia a enxaqueca, ele é um sintoma dela e uma consequência de um cérebro mais sensível.
Isso porque estudos apontam que a enxaqueca apresenta sinais como cansaço, dificuldade de concentração e irritabilidade que começam, algumas vezes, até 72 horas antes da crise propriamente dita. Inclusive, durante esse período, o desejo de chocolate pode ser um dos sintomas da enxaqueca, conhecida como pródromo ou premonitória. Ou seja: seria uma consequência e não uma causa.
Além disso, um estudo publicado na revista científica Nutrients, em 2020, mostrou que as pesquisas que procuraram confirmar que o chocolate levava às crises de enxaqueca falharam.
Aliás, eles esclarecem que os mecanismos pelos quais o chocolate pode influenciar a enxaqueca são mais benéficos do que danosos, isso porque ele tem, por exemplo, magnésio e riboflavina, que ajudam no controle da dor. Ele também aumenta a serotonina (um importante neurotransmissor), que pode ser benéfica contra a cefaleia.
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