Modelo barrada em voo por ser gorda desembarca no Brasil: ‘Muito aliviada’
A modelo Juliana Nehme usou suas redes sociais nesta sexta-feira (25) para contar para seus seguidores que finalmente conseguiu desembarcar no Brasil. Juliana foi vítima de gordofobia em um aeroporto do Líbano ao ser impedida de embarcar no voo por ser “gorda demais”.
A modelo agradeceu o apoio que recebeu em seus Stories do Instagram. “A gente acabou de chegar! Estou no Brasil! Estou muito aliviada, mas com um pouquinho de falta de ar por causa da ansiedade. Eu não tenho palavras para agradecer. Primeiramente a Deus e depois a todos vocês que me ajudaram compartilhando, me marcando e orando por mim”, disse ela. “Estou um pouco abalada ainda e cansada. Não sei o que teria acontecido sem vocês e a minha mãe. Estava com muito medo e realmente desesperada. No momento em que postei aquele vídeo, foi porque não via mais como resolver a situação”, explicou.
Entenda o caso
No Líbano, Juliana tentou na quarta-feira (22) embarcar em uma conexão para Doha e, na sequência, para São Paulo, mas foi impedida. Seu relato ganhou visibilidade na internet. Ela foi para Beirute para conhecer a família de sua mãe, de origem libanesa.
“Estou no Líbano. Vim pela AIR France e foi tudo bem no voo! Vim de passagem econômica e não passei por nenhum constrangimento ou assédio. Comprei uma passagem de volta para o Brasil pela Qatar e chegando na hora de fazer o chek in uma aeromoça da Qatar chamou minha mãe enquanto a moça finalizava nosso chek in e disse pra ela que eu Não era bem-vinda para embarcar porque sou gorda. E eles não iam me receber no voo! Só se eu comprasse passagem de primeira classe. Ela reteve as passagens da minha mãe, minha irmã, meu sobrinho e a minha! Depois de horas implorando, ela devolveu todas as malas que já tinha sido despachadas alegando que eu teria que comprar classe executiva ou não viajaria. Tentei até o final que me permitissem voar, já que estávamos em 4 pessoas viajando juntas, e ela se recusou até o final a vender a passagem pra mim! Uma passagem que tem um custo de 3 mil dólares pra ser executiva. Eu paguei mil dólares. Fiquei por quase 2 horas implorando pra viajar. Minha mãe tentou de tudo. Fui ameaçada. Ao tentar gravar o que eles estavam fazendo a moça do guichê me empurrou e nada adiantou. Fui ameaçada se não parasse de gravar. Eu estou retida no Líbano. Eles queriam que minha mãe fosse embora e eme deixasse sozinha aqui no Líbano. Mas Não falo inglês nem árabe. Ela se recusou”, contou na ocasião.
O relato da modelo viralizou na web e mobilizou o consulado e a embaixada brasileira no local. Horas antes de informar que finalmente tinha conseguido um acordo com a Qatar, Juliana deu detalhes aos prantos sobre as negociações, que não estavam caminhando.
“Estou recebendo muitas mensagens de ajuda. Foi um dia muito difícil. A gente foi cedo para o aeroporto tentar comprar passagem, mas não tenho dinheiro e a Qatar não vai e devolver o dinheiro. Consegui falar com a moça do Consulado e ela ficou uma hora e meia falando com a Qatar daqui. O que eles disseram é que eles poderiam me vender outro assento, não o executivo. Eu teria que comprar duas passagens só para mim porque ‘sou muito gorda e ocupo todo espaço da aeronave’. Tenho que comprar outra passagem e pagar a multa por não ter ido ontem, como se a culpa fosse minha. Tenho que pagar a multa por não ter ido ontem e pela minha mãe não ter ido ontem, sendo que ela ficou para me fazer companhia, coitadinha”, contou.
Ela afirma que aceitou a proposta, mas quando foi tentar comprar as novas passagens, foi impedida pela companhia. Desesperada, ela contou aos prantos que nunca tinha sido tão desrespeitada em toda a vida.
“A moça (do Consulado) falou: ‘Ela vai comprar’. Ia dar menos mesmo. 800 e poucos dólares o assento extra e quase 200 dólares uma multa, mais 200 dólares da outra multa. Bem menos que 3.200 dólares que eles queriam que eu pagasse se comprasse a passagem executiva. Só que na hora que ela falou que eu estava no aeroporto e queria comprar porque só queria ir embora, eles falaram que eu não poderia comprar porque quem comprou para mim foi a mulher agência de viagem e só ela poderia comprar para eles ressarcirem o dinheiro em forma de passagem. Devolver dinheiro não vão. Ela compraria esse assento extra Falei com a moça da agência às 16h, e ela disse que eles estavam fechados e teria que esperar até amanhã”, disse ela aos prantos.
“Fiquei desesperada. Não quero mais ficar aqui, nunca na minha vida imaginei passar tudo o que estou passando aqui. Já sofri gordofobia de todos os jeitos no Brasil, mas nunca imaginei passar por isso, nunca imaginei ser olhada da forma que fui olhada, ser maltratada como fui, fazer minha família passar por isso”, desabafou.
“Mesmo que eles tenham respondido pela Quatar para a moça do Consulado, ainda não tenho o que fazer, não consigo ir embora, não tenho o dinheiro. A mulher da agência falou que não vai ser fácil conseguir comprar esse assento extra, que a probabilidade de eu ter que pagar os 3.200 dólares é alta e ela não pode fazer nada por mim. Tentei comprar passagens em outras companhias, mas não tenho dinheiro para comprar. Eles pediram dois mil dólares para mim e dois mil dólares para minha mãe. Não tenho quatro mil dólares para comprar essas passagens. Estamos aqui presas. Não tenho dinheiro mais para ficar indo e vindo do hotel. Ninguém faz nada para mim”, disse ela. As informações são do Metrópoles.
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