Moraes nega pedido da PGR para suspender ordem que autorizou ação contra empresários
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para que fosse suspensa uma decisão, tomada por ele, que autoriza uma ação da Polícia Federal contra empresários que defenderam golpe de estado. De acordo com o magistrado, o recurso da procuradoria foi apresentado fora do prazo previsto na legislação.
Moraes destacou que o prazo para questionar a decisão era de cinco dias, mas a PGR só se manifestou 18 dias após ter sido notificada. Na decisão questionada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, Moraes autorizou a quebra de sigilo telemático e bancário dos investigados, o bloqueio de suas contas e a suspensão de perfis deles em redes sociais.
"No caso, não houve intimação prévia, sendo que o ato de intimação formal da Procuradoria-Geral da República, em cumprimento à disposição legal expressa, somente ocorreu na data 02/09/2022, com a devida remessa dos autos desta Petição", alega a Procuradoria na peça. O documento é assinado por Lindôra Araújo.
Ao questionar a medida, a vice-procuradora-geral da República solicitou que fosse "anulada a decisão judicial impugnada, reconhecendo-se os apontados vícios de nulidade absoluta e a ilicitude de todos os elementos probatórios decorrentes de tal decisão, inclusive dos deles derivados, com o necessário desentranhamento dos autos".
Caso o pedido fosse acatado, ocorreria a anulação de todas as medidas cautelares, como o impedimento de que os empresários mantenham perfis em redes sociais. Para Lindôra, houve ilegalidade com a demora para a notificação à PGR, fato que teria ocorrido apenas no dia do cumprimento dos mandados, após as buscas terem sido realizadas.
R7
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