Motorista de Porsche é vítima da imprensa e do Ministério Público, alega defesa
Os advogados do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, envolvido em um acidente fatal com o Porsche que dirigia, sustentam que ele é vítima de um campanha da “mídia”, que teria motivado o Ministério Público do Estado de São Paulo a insistir na prisão dele. As alegações foram feitas em um pedido de habeas corpus apresentado na noite de domingo (5) ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília.
Os defensores, Jonas Marzagão e Elizeu Soares de Camargo Neto, dizem que a ordem de prisão, expedida pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) na noite de sexta-feira (3), “não aponta ou demonstra, de forma concreta e motivada, a ineficácia ou insuficiência das 8 medidas cautelares anteriormente determinadas, para que decretar a ultima ratio, absolutamente desnecessária e infundamentada, atendo o clamor criado pela mídia, apenas!”
O pedido da defesa ainda alega que o Porsche era “dirigido por um jovem está sendo caracterizado como ‘rico’, em oposição à vítima, que estava trabalhando com um veículo classificado como ‘popular’ e sendo caracterizado como ‘humilde’”. Uma perícia mostrou que o veículo estava a mais de 150 km/h na avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, pouco antes de atingir o carro conduzido por Ornaldo da Silva Viana, que morreu.
“O acusador [Ministério Público], como todo respeito, enxerga nesse processo uma catilinária [acusação violenta], como se a prisão de um acusado de um crime com grande repercussão merecesse automaticamente a prisão preventiva, mesmo não implementando nenhum dos requisitos móveis dela! [...] O linchamento moral, por parte da população, insuflada pelos vazamentos e pelo sensacionalismo da mídia, já tem imposto ao Paciente [Fernando] (e à sua família) a impossibilidade de sair de casa ou de ir a qualquer lugar público, de forma que se pode afirmar, sem medo de errar, que ele já está “segregado da sociedade” desde o dia dos fatos”, acrescentam os advogados.
A prisão foi determinada pelo TJ, mas até a manhã desta segunda-feira (6) não havia sido cumprida, deixando o empresário na condição de foragido.
Fernando Sastre de Andrade Filho é réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima, já que o amigo que estava com ele no carro ficou gravemente ferido.
A investigação apurou que houve erro de procedimento dos PMs que estiveram no local, já que liberaram o motorista sem a realização de teste do bafômetro, mesmo com a suspeita dos bombeiros de que ele estivesse embriagado, algo que o empresário nega. Todavia, o amigo e a namorada dele garantem que Fernando bebeu em um restaurante naquela noite.
Com informações do R7.
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