O Ministério Público de Goiás (MPGO) abriu um procedimento para apuração do vídeo em que policiais militares de Goiás cantam uma música que faz apologia à execução de testemunhas. A iniciativa do órgão estadual acontece horas após a publicação de reportagem do Metrópoles sobre o caso, nesta sexta-feira (21).
A notícia é do Metrópoles. A apuração e o acompanhamento da situação serão conduzidos pela Área Criminal do Centro de Apoio Operacional do Ministério Público e pelo Grupo de Atuação Especial do Controle Externo da Atividade Policial.
Em nota enviada por e-mail, o MPGO ainda informou que recentemente foi firmado um termo de cooperação com as forças de segurança para melhorar os cursos de formação dos militares.
No vídeo, policiais do Comando de Operações de Divisas (COD) falam de “corpo baleado”, “caçar” testemunha e atirar “sem dó nem compaixão”. A reportagem apurou que a gravação foi feita em 18 de maio, durante o 9º Curso de Operações de Divisas (9º CCOD).
Veja a transcrição da música:
“O COD chegou. O bicho tá pegando, o COD chegou. Matar o bandido, acende uma vela, bota ele na mala, eu vou pra estrada velha. Eu tenho uma notícia e um corpo baleado, e a testemunha, aponta o caçador, eu quero a testemunha na sexta-feira à tarde. Eu tô de viatura, caçando esse covarde. Se eu pego eu atiro, sem dó nem compaixão. Minha emoção é zero, o verdadeiro inferno.”
O comandante do COD na época era o tenente-coronel Edson Melo, também conhecido como Edson Raiado. Ele é famoso por declarar ser o “assassino” do bandido Lázaro Barbosa, em julho de 2021, e por se envolver em situações polêmicas, como quando fez um vídeo de campanha eleitoral com máscara de caveira e segurando um facão.
Veja a nota completa do MPGO:
“A Área Criminal do Centro de Apoio Operacional do Ministério Público e o Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial (Gasp) informam que já foi instaurada uma notícia para apuração e acompanhamento da situação à qual se refere a reportagem. Quanto à capacitação e formação dos policiais, recentemente foi firmado um termo de cooperação do MP com as forças de segurança, visando uma maior integração. Isso foi feito, justamente, para garantir a participação do MP nos cursos das polícias e também que eles participem dos cursos de formação do MP, com horas mínimas. Com isso, espera-se que haja uma maior proximidade da instituição no exercício do controle externo.”
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