“Não quero que as agressoras vivam no mesmo ambiente que minha filha”, diz Samara Felippo
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (29), a atriz Samara Felippo disse que não quer isolar as adolescentes que praticaram racismo contra a sua filha mais velha, “só não quero que as agressoras vivam no mesmo ambiente que minha filha”, relatou.
Na última segunda-feira (22), duas alunas pegaram um caderno da filha mais velha da atriz, que é negra, destruíram um trabalho que ela havia feito e escreveram uma ofensa de cunho racial em uma das páginas. Após a identificação, o colégio suspendeu as alunas por tempo indeterminado. Porém, Samara cobra a expulsão das alunas.
Na tarde desta segunda-feira (29), Samara vai participar de uma reunião na Escola Vera Cruz, que fica em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, para chegar em um acordo em relação à agressão.
“Espero da escola medidas realmente enfáticas condizentes com o crime que é o racismo. Se a gente sempre relativizar o racismo, ele vai ser colocado como segunda importância”, disse à CNN.
Samara relembra que já viveu outros casos de racismo com as filhas, mas nunca nessa intensidade. A Escola Vera Cruz, considerada uma instituição tradicional e nobre, é conhecida por ter políticas antirracistas na instituição. A atriz avalia que o colégio “falha muito dentro do que propõe”.
Para ela, as instituições acadêmicas têm que fiscalizar se o ensino afro-brasileiro está sendo colocado em prática, se existem políticas de cotas abrangentes e devem acolher os alunos pretos para que eles continuam estudando.
“Que isso sirva de exemplo para outras escolas, que todos os alunos da comunidade vejam isso como exemplo”, deseja a atriz.
Relembre o caso:
A atriz Samara Felippo denunciou que a filha de 14 anos foi vítima de racismo dentro da tradicional Escola Vera Cruz, que fica em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Na última segunda-feira (22), duas alunas pegaram um caderno da menina, que é negra, destruíram um trabalho que ela havia feito e escreveram uma ofensa de cunho racial em uma das páginas. Depois, o caderno foi devolvido aos achados e perdidos da escola.
A atriz registrou um boletim de ocorrência. A Secretaria de Segurança Pública disse que o caso foi registrado como preconceito de raça ou de cor na Delegacia Eletrônica. “O caso será encaminhado ao 14° DP (Pinheiros), área dos fatos, para as medidas cabíveis”, completou a pasta.
De acordo com a atriz, a própria menina fez a denúncia à coordenação da escola assim que viu o caderno. O colégio então abriu uma apuração para identificar as autoras do ato, que só se apresentaram após uma ameaça do cancelamento de uma viagem que seria feita pelos alunos.
Após a identificação, o colégio suspendeu as alunas por tempo indeterminado e definiu que elas não poderiam participar da viagem. Porém, Samara cobra a expulsão das alunas.
Com informações da CNN.
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